domingo, 24 de novembro de 2013

O BUSTO DE LUÍS VAZ DE CAMÕES, EM CAMPINAS






Luís Vaz de Camões nasceu na cidade portuguesa de Coimbra, por volta de 1525, e faleceu na cidade de Lisboa, em 10 de junho de 1580. Era filho de Simão Vaz de Camões e Ana de Sá e Macedo, uma família de fidalgos decadentes.

Estudou na Universidade de Coimbra e ingressou no Exército da coroa portuguesa, onde serviu como militar no norte da África. Ferido em combate, perdeu o olho direito. Também participou de várias expedições militares na Índia e na China.







Uma das amadas de Camões foi a jovem chinesa Dinamene, que morreu afogada em um naufrágio. Diz a lenda que Camões conseguiu salvar o manuscrito de Os Lusíadas, segurando com uma das mãos e nadando com a outra. Camões escreve vários sonetos lamentando a morte da amada.

 Frequentou a corte lisboeta, tendo permanecido preso durante quase um ano por agressão a um oficial do rei.









Sua obra-prima, Os Lusíadas, uma das obras mais importantes da literatura portuguesa, dedicado ao rei Dom Sebastião, valeu ao poeta uma pensão de 15 mil-réis ao ano. Segundo consta, Camões nunca recebeu esse benefício com regularidade. Morreu na miséria e foi enterrado como indigente.












O busto de Luís Vaz de Camões está situado na praça que também tem se nome, próximo ao hospital Beneficência portuguesa.








 

 















FONTE:

http://www.e-biografias.net/luis_camoes/

domingo, 17 de novembro de 2013

RUA CORONEL QUIRINO, EM CAMPINAS



Continuando o trabalho que foi realizado no ano passado em meu outro blog "Um poeta", farei uma breve biografia sobre os personagens que dão nome às ruas e avenidas do centro de Campinas e, em cada postagem, uma personalidade será homenageada. Agora, destacarei as ruas dos bairros próximos do centro como Cambuí, Botafogo, Vila Itapura e Guanabara, pois certamente você já passou por alguma rua destes bairros indo para o centro, e se questionou ao ver o nome da rua ou avenida: "Quem foi esta pessoa?"





QUEM FOI O CORONEL QUIRINO?




Joaquim Quirino dos Santos nasceu em Campinas-SP, em 15 de maio 1820. Era filho do major Joaquim Quirino dos Santos e de Manoela Joaquina de Oliveira, e irmão de Bento Quirino dos Santos e de Francisco Quirino dos Santos.
 

Foi desde moço oficial da Guarda Nacional atingindo após diversas promoções a posição de Coronel-Comandante da Milícia, em Campinas, aos 50 anos. Também foi delegado de polícia com atuação ativa, energética e justiceira, combatendo as jogatinas na cidade.



Foi comerciante junto com os irmãos.
 

Ocupou cargos públicos. Foi vereador pelo Partido Republicano ainda na época da Monarquia.
 

Fundou a Santa Casa da Misericórdia de Campinas e exerceu o cargo de diretor da Companhia de Iluminação e Gás. Também participou de outros empreendimentos como a fundação do Teatro São Carlos, da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, em 1867 e da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, em 1872.
 

Destacou-se durante a epidemia de varíola que assolou a cidade em 1873. Por iniciativa e despesa própria, criou um estabelecimento apropriado para a guarda e cuidados aos contagiados pela doença e a Escola Corrêa de Melo, destinada às crianças carentes, localizada onde hoje está o Terminal Mercado.
 

Uma curiosidade é que o Coronel foi o introdutor do carnaval na cidade. Para as festividades, promovia bailes em sua própria casa, que ficava na esquina das Ruas Dr. Quirino, naquela época denominada Rua do Comércio, com a Rua Barreto Leme, ainda denominada Rua da Matriz. Nos dias mais movimentados, chegava a jogar jatos de água nos participantes.

 
O Coronel Quirino não nasceu rico e morreu em condição paupérrima em Campinas, aos 69 anos de idade, no dia 28 de fevereiro de 1889.

 

 

 
A Rua Coronel Quirino recebeu este nome em 1881, quando se cogitava a denominação Rua Amador Bueno, a qual não foi aceita pela Comissão de Obras públicas, que resolveu homenagear Joaquim Quirino dos Santos.

Esta rua serviu de caminho para o povoado local em uma época de constantes inundações nas proximidades do leito do Córrego do Proença, região que era muito utilizada. Com o progresso do Bairro Cambuisal, hoje Cambuí, o caminho passou a ser ainda mais procurado.  Na época, Campinas ainda era conhecida como Freguesia de Nossa Senhora de Conceição das Campinas do Mato Grosso.







A Rua Coronel Quirino tem seu início na Avenida Orosimbo Maia e se estende até encontrar-se com a Rua Padre Viera. Nela estão presentes diversos condomínios residenciais e estabelecimentos comerciais.

 






















Fontes:





 

sábado, 9 de novembro de 2013

O ENCONTRO NA PRAÇA "ÓPERA A NOITE NO CASTELO" - Crônicas de Campinas






Eram três horas da tarde, quando ela chegou à praça “Ópera A Noite no Castelo” para aquele encontro. Sentou-se no pequeno banco de concreto, em volta do qual nenhuma flor florescia, nenhuma árvore derramava suas sombras. Um mendigo bêbado dormia sobre o duro chão lá perto, enquanto os transeuntes surgiam do túnel que dava acesso ao “Mercadão”, dentre eles os alunos do “Culto à Ciência” e do “COTUCA”, provavelmente “matando” aula. Vestida com seu melhor vestido, calçada com seu melhor calçado, ela estava elegante e cheirosa, embora sua fragrância se misturasse ao fétido ar da praça, onde odores de urina e peixe trescalavam. Quem lá passava, percebendo-a solitariamente feliz compadecia-se, embora não soubesse que cruel loucura segurava-a naquele perigoso lugar. Ela residia em um velho apartamento na Rua José Paulino junto com sua viuvez. De repente, seu celular tocou, o bêbado se remexeu. Atendendo à ligação, ficou sabendo que Ele se atrasaria, mas estaria no local combinado dentro de uma hora, quando deixasse o Instituto Penido Burnier, onde tinha uma consulta marcada. Ela conformou-se logo e tirou da bolsa uma revista sobre crochê. Aos oitenta anos de idade, ainda acreditava no amor.

Crônicas de Campinas

Alexandre Campanhola
 
 
 

 


domingo, 3 de novembro de 2013

A COMPANHIA MOGIANA DE ESTRADAS DE FERRO - Parte final


CRONOLOGIA DA MOGIANA APÓS 1880

 


 









Em 25 de abril de 1880, uma lei provincial concede à Companhia Mogiana o privilégio para a construção de uma estrada de ferro ligando Casa Branca a São Simão e a Vila do entre Rios, que um dia será conhecida como Ribeirão Preto. O impacto da chegada da Mogiana em Ribeirão Preto é imediato. São gerados muitos empregos, especializações do capital humano, crescimento dos setores de varejo e comércio.

 
 
 
 
 
 

Em 1886, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro seguindo sua expansão chega ao Triângulo Mineiro e ao sul de Minas, visando atrair a economia local à paulista e vice-versa. São construídos em 1886 e 1888, respectivamente, os ramais de Poços de Caldas e Rio Grande. Ainda em 1888, a companhia inicia o serviço de navegação fluvial pelo rio grande, com o transporte de mercadorias e gado em grandes batelões. A partir daí, ela passa a se chamar Companhia Mogiana de Estradas de Ferro e Navegação. Neste ano, a Mogiana incorpora a ferrovia Companhia Ramal Férreo do Rio Pardo e, em 1890, a Companhia Agrícola Santos Dumont.

 








A epidemia de febre amarela de 1889, em Campinas, obriga os dirigentes da Companhia Mogiana a transferirem provisoriamente seus escritórios para a cidade de Mogi-Mirim, uma solicitação feita pelos próprios empregados.

 
 

Em 1891, começa a ser erguido o Palácio da Mogiana, um edifício envolvido pelas ruas General Osório, São João (Visconde do Rio Branco) e pela Avenida Campos Sales. Este edifício torna-se a terceira sede da Mogiana. O projeto do edifício é da firma dos Irmãos Masini. O término de sua construção ocorre em 1910, pois o aumento do pessoal no escritório central e a importância crescente da companhia exigem ampliações e melhorias do edifício. 

 








 











No dia 01 de março de 1893, a Companhia Mogiana constrói uma estação no bairro Guanabara com a finalidade de desafogar a estação de partida original, que também é utilizada pela Companhia Paulista. O pátio da estação possui 13 linhas e apresenta um intenso movimento.

 










 

Em 1896, o Doutor Francisco de Sales Oliveira Júnior aceita a solicitação de vários amigos, e passa a presidir a diretoria da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro.

 

 




IMAGEM: Doutor Francisco de Sales Oliveira
 


 




No dia 02 de dezembro de 1897 é inaugurado o monumento Companhia Mogiana de Estradas de Ferro feito por Rafael de Rosa e fundido na Fundição Faber, no bairro do Bonfim. Rafael é quem prepara as formas e executa o trabalho de fundição.














 




















No ano de 1908, ocorre a construção da primeira locomotiva pela Companhia Mogiana. Dois anos mais tarde, José Paulino Nogueira assume a presidência da companhia. Neste ano, a Mogiana consegue um empréstimo no exterior para modernização de seus serviços, substituindo material rodante e fixo. José Paulino exercerá o cargo até o dia 10 de novembro de 1915, ano de sua morte.

 


 
Em 1921, é inaugurado o último trecho das linhas da Mogiana; seus trilhos chegam à cidade de Passos, em Minas Gerais.


Já no ano de 1936, a Mogiana inicia o transporte de rodoviários (caminhões e vãs) através da “Companhia Mogiana de Transportes”, mais tarde transformada em “Rodoviário da Companhia Mogiana”

 

 

 

Em 1952, as locomotivas a vapor deixam de operar e entra em tráfego as primeiras locomotivas diesel-elétricas GE-Cooper Bessemer.













Neste ano após atravessar uma crise financeira que interrompeu a sucessão de seus anos áureos, a posse da Companhia Mogiana passa ao Governo do estado de São Paulo, através do decreto n˚1958, que repassava dois terços da companhia. São pagos aos acionistas cedentes apólices da dívida pública estadual, chamadas “Apólices Mogiana”. A companhia perde sua identidade com sucessivas unificações e encerra sua atuação, quando ocorre o declínio da atividade ferroviária no Brasil.

 

 
 

Até novembro de 1971, quando a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro é incorporada a FEPASA – Ferrovia Paulista S.A, os olhares que a buscam no passado, enxergam uma história de esplendor e bem-sucedida expansão.

 




 

 Desde sua fundação, possibilitada pelo interesse econômico dos grandes cafeicultores, até a construção de seus últimos trilhos, sua existência trouxe modernidade e crescimento financeiro aos territórios que ela percorreu, sobretudo Campinas, que teve a honra de receber o imperador brasileiro por sua causa, de desenvolver importantes indústrias vinculadas à atividade ferroviária, de projetar grandes nomes, como Ramos de Azevedo, que participou de sua criação. Campinas tornou-se uma das cidades mais importantes do Brasil. Ainda hoje, neste futuro que vivemos, ainda vemos espalhadas pela cidade campineira os vestígios desta grande companhia; restos históricos de uma gloriosa iniciativa de homens sonhadores, que alcançaram seus objetivos.

 













 














 

FONTES:





http://portal.rac.com.br/blog/39078/43/rogerio-verzignasse/jose-paulino-comecou-a-trabalhar-cedo