domingo, 27 de setembro de 2015

TARDE DE SEMPRE








A tarde rotineira lentamente fechava suas portas no ritmo dos comerciantes citadinos. Derredor ao Terminal Mercado ou mais precisamente na Avenida Benjamin Constant, o trânsito parado lembrava uma orquestra desafinada, cujo regente era o desejo impetuoso de fugir daquela balbúrdia. Lá dentro do terminal, inúmeros trabalhadores aguardavam ansiosos em desordenadas filas à chegada do “coletivo” e pareciam acostumados à sinfonia que a tarde de sempre executava, assim como a embarcarem em ônibus desconfortáveis e superlotados. Conversando sobre o dia de trabalho, ouvindo as músicas prediletas com o fone de ouvido, comendo calmamente o biscoito comprado do vendedor anônimo, cada um inventava sua maneira de apaziguar o cansaço e a angústia de esperar o “circular” sempre atrasado. E, às vezes, ainda restava um pouco de atenção para ouvir a pregação gutural do evangélico em alguma plataforma, a voz insistente daquele homem que vendia água geladinha, a fala sem sentido do “nóia” que não queria falar sozinho. Estes sim gostariam que aquela gente permanecesse por lá.






ALEXANDRE CAMPANHOLA
CRÔNICAS DE CAMPINAS

domingo, 20 de setembro de 2015

REPORTANDO: O incêndio do supermercado Eldorado




Morrem duas pessoas no incêndio do supermercado Eldorado, no dia 24 de dezembro de 1986

O incêndio teria começado durante a madrugada e destruiu todo o estabelecimento. Ainda não se sabe qual foi a verdadeira causa
 
 

Na madrugada de ontem, 24 de dezembro, por volta das 1h e 30 minutos, um incêndio de grandes proporções destruiu o supermercado Eldorado, situado na Avenida Senador Saraiva. Duas pessoas morreram no incêndio, o funcionário Robson Aparecido de Oliveira, 22 anos, que faleceu antes de receber os primeiros socorros e o operador de videotape da TV Campinas, Ronaldo Gomes, cujo corpo foi encontrado nos escombros. Renato Isidoro, cinegrafista da mesma emissora, sofreu ferimentos graves e foi submetido a uma intervenção cirúrgica no Hospital Irmãos Penteado. Segundo testemunhas, o incêndio começou em decorrência de um curto-circuito nas instalações elétricas da padaria. Mas, há pessoas que afirmam que o fogo foi decorrente de problemas causados por um transformador de voltagem, localizado defronte ao supermercado. Paschoal Amaro, comandante do corpo de bombeiros, enfatizou que as instalações do supermercado não dispunham de nenhum aparato contra incêndio. Esta informação havia sido constatada em um relatório elaborado recentemente pelo próprio comando, depois de visitar várias lojas do centro da cidade. O trabalho dos bombeiros de Campinas ligados ao 7˚ Grupamento de Incêndio, teve início às 1hora e 35 minutos, com a participação de 30 homens e 6 viaturas. Um desabamento da parede do supermercado, junto à Rua Barreto Leme dificultou a ação dos bombeiros. Algumas pessoas foram soterradas.
 
 
 
O fogo alastrou-se para o interior do supermercado, pois até então apenas a administração, a padaria e o depósito de bebidas haviam sido atingidos – e fugiu ao controle dos bombeiros. Por volta das 4 horas da manhã foi enviado da cidade de Jundiaí um autolançador aéreo, equipamento de grande utilidade e do qual Campinas não dispõe. Com a ajuda de guarnições de bombeiros de cidades vizinhas, a situação parecia ser controlada, quando, às 5 horas, o quadro reverteu-se e o incêndio acabou por tomar todas as dependências do supermercado. Desabamentos menores aconteceram por mais de uma hora e toda a estrutura foi comprometida. Dezenas de carros-pipas da Sanasa e de empresas de Campinas e sub-região foram cedidos e faziam o transporte de água e bombas  para o local do incêndio. Com mais de cem homens atuando no local, a polícia militar isolou a área e todas as ruas de acesso ao supermercado, impedindo o tráfego de pedestres e veículos. Não foram registrados tumultos. O supermercado Eldorado foi inaugurado no dia 02 de novembro de 1969 e era considerado o maior supermercado de todo o Brasil, de propriedade do complexo industrial e comercial J. Alves Veríssimo. O prédio tinha 3400 metros quadrados e além de supermercado, funcionava em seu interior um restaurante e um magazine totalizando 14 mil itens para venda.
 
 
Fontes:
 
http://www.campinasdeantigamente.com.br/2014/12/supermercado-eldorado.html
 

ALEXANDRE CAMPANHOLA
 

domingo, 13 de setembro de 2015

GRANDES HOMENS DE CAMPINAS: Doutor Heitor Penteado




 
 
Heitor Teixeira Penteado nasceu em Campinas, no dia 16 de dezembro de 1878. Filho de Salvador Leite de Camargo Penteado e de Leonor Teixeira Penteado, fez seus estudos primários em Campinas, continuando os estudos na cidade de São Paulo, onde foi matriculado no Seminário Episcopal. Matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo em1896, e bacharelou-se em 1900. Foi eleito presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, ainda quando cursava o terceiro ano acadêmico. Tornou-se também redator da Revista Acadêmica.

 
Depois de formado, Heitor Penteado voltou à Campinas e iniciou o exercício de sua profissão. Logo depois foi nomeado promotor público, exercendo o cargo entre os anos de 1901 a 1910. Neste tempo, filiou-se ao Partido Republicano Paulista, pelo qual se candidatou à cadeira de vereador da Câmara Municipal. Depois de eleito, foi escolhido para ocupar o cargo de prefeito do município, entre os anos de 1911 a 1920, com sucessivas reeleições.

 
Dentre suas realizações em Campinas merecem destaque a Praça Carlos Gomes, os serviços elétricos na cidade, a reforma do Bosque dos Jequitibás, a Praça São Benedito, o Palácio dos Azulejos, a Praça Luís de Camões.

 
No âmbito estadual, Heitor Penteado candidatou-se a uma cadeira de deputado na Câmara Paulista e foi eleito em 1919. No ano seguinte, deixou o cargo para se tornar Secretário da Agricultura, Viação e Obras públicas, no governo de Washington Luiz.  Heitor Penteado ajudou a recuperar as finanças da Estrada de Ferro Sorocabana e dirigiu a construção de diversas rodovias estaduais. Deixou a secretaria em 1924, quando foi eleito representante de São Paulo na Câmara Federal, exercendo este mandato até 1927. Neste ano, foi escolhido para o cargo de vice-presidente do estado, como companheiro de chapa de Júlio Prestes.

 
No dia 21 de maio de 1930, o doutor Heitor Penteado substituiu Júlio Prestes na chefia do executivo paulista mantendo-se no cargo até 24 de outubro, quando o movimento revolucionário Aliança Liberal obteve êxito.

 
Após a Revolução de 1930, Heitor Penteado deixou a política e passou a dedicar-se a lavoura. Porém, em 1936 ele retornou e recomeçou suas atividades públicas na região municipal de Campinas, elegendo-se a vereador.

 
O doutor Heitor Penteado ocupou durante muitos anos a presidência da Comissão Diretora do Partido Republicano e da Sociedade Anônima Correio Paulistano.

 






Foi também diretor do Banco do Estado de São Paulo de 1938 a abril de 1939.

Era casado com a Sra. Evelina de Queiroz Teles Penteado com quem teve dez filhos.

Na cidade de Campinas, foi homenageado nomeando uma avenida, na região da Lagoa do Taquaral, uma rodovia, na saída do distrito de Sousas e uma rua do Distrito de Joaquim Egídio.

 
O doutor Heitor Penteado morreu no dia 8 de maio de 1947, em Campinas.

 


 

Fontes:



 

 

sábado, 12 de setembro de 2015

RETRATOS DE CAMPINAS: Agosto de 2015





RUA MANOEL DIAS DA SILVA





RUA MÁRIO SIQUEIRA





RUA FRANCISCO TEODORO





RUA VENDA GRANDE




ALEXANDRE CAMPANHOLA