sábado, 26 de novembro de 2016

ANOS DOURADOS - Parte final: Bar Voga e City Bar


Bar Voga

O Bar Voga foi fundado no dia 30 de março de 1940. Primeiramente, funcionou como uma lanchonete. Ele surgiu junto com o Cine Voga e a Casa de sorvetes Dona Carola. Seu endereço é no número 35 da Avenida Anchieta.





Em 1963, o pasteleiro Romualdo Gianfrancisco, conhecido como Procópio, associou-se ao irmão Pedro e a Waldomiro Rossi para criarem o Bar Voga, e seu inconfundível pastel Voga, como ficou conhecido em Campinas. Em 1966, tornou-se também a Pastelaria Voga.




O pastel tornou-se a especialidade do bar. Ficou famoso na cidade pela qualidade do recheio, pela massa bem feita e pela variedade.
Apesar dos sete sabores, o pastel de carne tornou-se o campeão de vendas. Além dos pastéis, o cardápio do bar possui isca de filé mignon, filé de frango, pernil, etc.Um cardápio sem a sofisticação de ambientes requintados, mas com muito sabor e dedicação. Um diferencial é a quantidade de lanches disponíveis e o famoso “ovo empanado”.



Ao longo do tempo, algumas tradições caracterizam este querido bar de Campinas como, além de pedir pastéis e a cerveja gelada, sentar-se nas mesas de madeira na calçada, ouvir como som ambiente o trânsito da Anchieta, reunir-se com os amigos, tomar cuidado com os caroços das azeitonas dos pastéis...



Resistindo as mudanças do tempo, o bar está sempre cheio nos finais das tardes e aos sábados. Suas mesas nas calçadas são muito cobiçadas, dão um ar de boteco ao estabelecimento e permitem que o bar torne-se um ambiente de lazer, diversão e de boas conversas.

Um dos fundadores do bar, Romualdo Gianfrancisco faleceu em  2015.




City Bar


O City Bar, famoso pelo bolinho de bacalhau, foi fundado na década de 1950, na esquina da Rua General Osório com a  Avenida Júlio de Mesquita, no Cambuí, e tornou-se um dos principais pontos de encontro nos anos dourados de Campinas.



O City Bar era e ainda é frequentado por jornalistas, estudantes, artistas, produtores culturais, professores e boêmios em geral. Ele é o último sobrevivente o antigo “Setor”, nome dado, nas décadas de 70 e 80, ao conjunto de bares localizados nas imediações do Centro de Convivência.



Em uma noite de 1994, na famosa mesa 10 no City Bar, nasceu o bloco carnavalesco City Banda. A razão de sua criação foi o desejo de que a região continuasse a ter um bloco de rua na folia de carnaval, uma vez que o bloco Tomá na Banda, o único que lá existia e que nasceu no Bar Ilustrada, não havia saído naquele ano, e havia a possibilidade de acontecer o mesmo no ano seguinte.



Em 1996 foi criado o Largo da City Banda, depois da implantação do projeto Rótula, que transformou a Avenida Júlio de Mesquita em mão única. Com isso, o bar ganhou uma área externa, muito satisfatório nos dias quentes.



O bar é pequeno e fica em uma esquina em frente à Praça Imprensa Fluminense, o Centro de Convivência. Mas, apesar de pequeno, é muito charmoso e agradável. Suas mesas ficam dispostas em uma calçada larga e ampla; são colocados grandes guardas sóis nas mesas; nos finais de semana, sobretudo, é possível para quem está no bar observar os movimentos da praça,e os eventos e manifestações artísticas que ocorrem. Além das mesas existe a mureta, lugar prefeirdo de grande parte dos frequentadores, seja para encostar e apoiar o copo de cerveja.



Tradicionalmente, o bolinho de bacalhau é a especialidade do estabelecimento, tanto que ficou conhecido como o melhor bolinho de bacalhau do mundo.  Também são famosas as tortas de bacalhau, catupiry, camarão e frango. A cerveja é sempre gelada, e foi criado, o lanche Cristiano Ronaldo, um mega lanche com bacalhau, salsa, azeitona, queijo e cebola murcha.


Fontes:










ALEXANDRE CAMPANHOLA

sábado, 19 de novembro de 2016

ANOS DOURADOS - Parte 5: Bar Giovannetti, Café Regina e Restaurante Rosário


 
Bar Giovannetti

O Bar Giovannetti foi fundado pelo imigrante italiano Enrico Giovannetti, em 1937. Antes de fundar o bar, Enrico era funcionário de uma fábrica de cerveja chamada Cabeça de Cavalo. Quando seu patrão morreu, Enrico casou-se com a viúva Helena, e junto com a esposa abriu um empreendimento na Rua General Osósio. Como aprendeu algumas técnicas no ramo da cervejaria, Enrico sugeriu ao revendedor que aumentasse o comprimento da serpentina do chope, para gelar mais a bebida. O resultado foi muito positivo e aumentou o número de fregueses no estabelecimento.




O bar de Enrico começou a ganhar popularidade, apesar de, no começo, ser frequentado apenas por homens. A única mulher que aparecia no local era a esposa de Enrico, a qual fazia salgadinhos em casa e levava para vender no bar.
Após o falecimento de Enrico e dona Helena, por opção da família o bar foi vendido para um garçom da casa. Posteriormente, o estabelecimento teve mais cinco proprietários. Em 1981, a marca começou a expandir-se com a abertura de novas unidades.




Ao longo dos anos, o bar Giovannetti foi ponto de encontro de intelectuais, artistas, boêmios e políticos de Campinas.Tornou-se conhecido pela qualidade do chope, pelo capricho no preparo das receitas e pelos tradicionais tira-gostos. Estes receberam nomes curiosos como rolha (croquete), envelope (pastel), milionário (quibe), portuga (bolinho de bacalhau) e Marta Rocha ou penosa (coxinha de galinha).




Sempre inovador, o bar lançou moda como no corte de sanduíches boca de anjo. Tal novidade surgiu nos anos de 1960, e a autoria foi do chapeiro do estabelecimento conhecido como Moleza. Foi uma criação dedicada às mulheres que começavam a frequentar o bar. O mesmo chapeiro também criou o mais famoso sanduíche do bar Giovannetti, o Psicodélico, que era feito com pontas das peças de frios que não eram fatiados, e também tinha em sua receita picles, rosbife, salsichão, muçarela, tomate e azeitona.





O bar Giovannetti da Rua General Osório, próximo ao Largo do Rosário, é a unidade da rede mais antiga e tradicional em Campinas. É impossível não perceber os traços de um bar que resistiu ao tempo e manteve seu charme, observando peças como o armário envidraçado, as cadeiras de madeira ao redor das mesas redondas, os detalhes de ferro na fachada, as peças de presunto e queijo penduradas. Traços típicos dos antigos botequins.

 
 
Café Regina

O Café Regina foi fundado em 1952, na Rua Barão de Jaguara. Apesar do ano oficial de fundação ser 1952, indícios por registros fotográficos atestavam que o estabelecimento originou-se da cafeteria Café Ricardo, fundada em 1932, e que depois passou a se chamar Regina por causa do edifício de mesmo nome. O fundador do Café Ricardo foi Joaquim Corrêa.



 
No dia 20 de setembro de 1984, o Café Regina foi adquirido por Jorge Francisco Vaz, que era proprietário de uma tabacaria no Eden Bar, próxima ao local. Ele era frequentador habitual da cafeteria.
O Café Regina popularizou-se por ter sido ponto de encontro de intelectuais, profissionais liberais, artistas da bola e políticos. Nesta cefeteria estiveram presentes ilustres convidados como os ex-governadores de São Paulo Paulo Maluf e José Serra, os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckimin, o ator Paulo Autran, o maestro Ray Conniff, o cantor Jerry Adrianni, a atriz Claudia Raia, entre outros.

A cafeteria tem sido aos longo dos anos um dos lugares preferidos para se tratar de assuntos importantes, fechar-se negócios, debater-se política, e manter vivo o hábito de tomar café feito em coador de pano e saborear pão de queijo, bolos, pastéis, etc.
 
Um dos traços peculiares do estabelecimento são as fotos de gente famosas e páginas de jornais do dia, que ficam estampadas nas paredes.

 
 
A Cafeteria ostenta a fama de “Boca maldita”, pois dizem que tudo que se fala lá na hora do cafezinho, vira notícia.
 
 

Restaurante Rosário

O Restaurante Rosário foi fundado em 1948, na Rua General Osório. Quando foi inaugurado, funcionava como um bar. Antes de sua fundação, existiam na localidade uma conhecida livraria chamada João Amêndola, de propriedade do escritor e tradutor João Amêndola, e a farmácia Cruzeiro.


 

Antes de ser fundado na Rua General Osório, o Restaurante Rosário funcionava em um quiosque na Avenida Francisco Glicério, ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário, e chamava-se Abrigo.
Nas décadas seguintes, o restaurante passou a contar, além do espaço dedicado ao restaurante, com uma pizzaria e um bar. Passou logo a ser um dos restaurantes mais frequentados pela elite campineira.
 



 
O Restaurante Rosário especializou-se por oferecer ao longo do tempo uma cardárpio variado, composto por carnes, aves, peixes e pratos com camarão, e cartas de vinho catalogadas, sempre combinados com qualidade no atendimento. Seus garçons usavam gravatas borboletas de cor preta e os comuins, ajudantes de garçons, gravata branca. Todos usavam calça preta, smoking branco, sapato preto e camisa branca de piquet, com uma faixa preta na cintura.



 
Nos dias atuais,o  estabelecimento mantém sua elegência característica, como as toalhas brancas alinhadas nas mesas, por exemplo. Já recebeu visitas de personalidades importantes e conhecidas no cenário nacional, como o ator Stênio Garcia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
 


Fonte:












 
ALEXANDRE CAMPANHOLA
 

sábado, 12 de novembro de 2016

ANOS DOURADOS - Parte 4: Bar Ilustrada e Ponto Chic



Bar Ilustrada

O Bar Ilustrada foi uma das grandes opções de lazer das noite campineiras nas décadas de 1980 e 1990, em uma região do bairro Cambuí que ficou conhecida como Setor. O bar foi fundado pelo produtor cultural Camilo Chagas. Através deste bar, Camilo incentivava artistas da cidade de Campinas e região, e dava espaço para artistas novatos e consagrados.



 
Ao longo de dez anos, o Bar Ilustrada foi um das principais casas de entretenimento de Campinas a promover bandas alternativas e de qualquer tendência. Bandas como Os Muzzarellas, Césio 137, Lethal Charge, Bando, Marcílio Menezes, Bons Tempos, grupo Soma, Coral Látex dentre outras, tiveram seu primeiro espaço naquele local.




O público que frenquentava o bar era composto por boêmios, intelectuais, estudantes e artistas diversos. Essas pessoas frequentavam além do Bar Ilustrada outros bares do Setor, como o Bar do Meio, Candeeiro, Scooby, City Bar, Natural, Bacamarte, Paulistinha, Contramão, Zanzibar, Bate-Papinho e Caicó, fundado por Nelson Camargo Júnior, o Zincão.
Localizado no bairro Cambuí, o Bar Ilustrada , Templo do Underground em Campinas, em seus anos de existência também promoveu eventos como Projeto Segunda-Feira, em que músicos que queriam mostrar seu trabalho próprio poderiam se apresentar; o Projeto 2h30, madrugada de sábado, dedicado às bandas de rock Quem tocava Choro podia se apresentar no Projeto Clube do Choro, assim como jazzistas e bluesmen.




Os grupos que se apresentvam naquele espaço renderam ao bar dois LPs, o Ilustrada volume 1, de MPB, com músicas autorais, e o volume 2, da fase roqueira.




O Bar Ilustrada foi fechado em 1995. No final da mesma década, a construção foi demolida após os proprietários, pertencentes à família Penteado Freitas, venderam o espaço.
 
 
 
Camilo Chagas faleceu em 2015 em decorrência de insuficiência respiratória e pneumonia. Ele também foi fundador do bloco carnavalesco Tomá na Banda, uma dos mais tradicionais do Carnaval de Campinas.

 
 
 
 

Ponto Chic

O bar Ponto Chic foi criado em 1965 e teve como primeiro endereço a Rua Barão de Jaguara, 1341. Posteriormente, o bar mudou-se para a Rua Sacramento, 36, na década de 1970, ao lado do Jockey. Era o reduto da nata da boêmia campineira. Era frequentado por jornalistas, advogados, médicos, políciais, políticos, prostitutas, traficantes, etc. Eram comum encontrar bêbados nas primeiras horas da manhã naquele bar, pois suas portas ficavam abertas 24 horas.

Alguns frequenatadores denominavam o bar com certa ironia de “Ponto dos Ps”, pois afirmavam que aparecia qualquer um lá, padres, poetas, políticos, pederastas, periodistas, etc.
 
 
Além de seu estilo democrático para com os frequentadores, alguns traços que caracterizavm o bar era fumaça da chapa de sanduíches e o banheiro dos homens, que sempre era desprovido de iluminação. Acontecia de tudo no Ponto Chic, poetas oferecendo seus livretos mal encadrenados de mesa em mesa, mulheres à procura de companhia, bêbados filosofando, clientes ecléticos que frequenavam o bar até altas horas da madrugada.



Dentre as especialidades que eram servidas no estabelecimento, pode-se citar o sanduíche ferro velho, x-salada, churrasquinhos e, sobretudo, a pizza de queijo provolone no palitinho, que era considerada insubstituível.



No dia 26 de abril de 1991, o Ponto Chic fechou suas portas.

 

Fontes:










 

 ALEXANDRE CAMPANHOLA

sábado, 5 de novembro de 2016

ANOS DOURADOS - Parte 3: Restaurante Armorial e Cine Windsor


Restaurante Armorial
 
O Restaurante Armorial foi inaugurado no dia 09 de dezembro de 1953, pelo Dr. Lucien Genevois, casado com Margarida Bulhões Pedreira, e por Ângelo Ricardo Lepreri, casado com a Sra. Solange Lepreri, franceses. O restaurante situava-se na Rua General Osório, 1250, ao lado do edifício Tonico Ribeiro.




O Restaurante Armorial foi o primeiro a proporcionar música ao vivo na cidade. Por muito tempo tocou neste local Arnaldo e seu conjunto. O estabelecimento apresentava um ambiente confortável e muito fino, com jantares dançantes. Os clientes jantavam ao som do piano. As mesas eram decoradas com toalhas de linho, havia talhares prateados e porcelanas. Os garçons tinham uma conduta refinada, serviam a nata da sociedade.

Circulavam pelo restaurante artistas, empresários, políticos importantes, como o presidente Juscelino Kubistcheck, e outros profissionais reconhecidos.





No restaurante era servido faisão e lagosta, por exemplo, para atender ao gosto refinado das celebridades e pessoas elitizadas que lá compareciam. Os carros estacionavam na portaria, pois era uma época em que não havia o temor dos dias atuais.


No restaurante aconteciam bailes de carnaval  e concorridas noitadas do “Tête”, nas quais os convidados compareciam com algum enfeite na cabeça. O Baile da Cabeça, como ficou conhecido, foi realizado em 21 de fevereiro de 1957 a fim de arrecadar recursos para a instalação de uma escola da Aliança Francesa.




No dia 23 de agosto de 1960, ocorreu um incêndio no restaurante durante a noite. Alguns funcionários ficaram feridos.
Em dezembro de 1977, o Restaurante Armorial encerrou suas atividades.

Cine Windsor


O Cine Windsor foi construído na década de 1960. Ele situava-se na Rua General Osório, tinha à sua frente o Palácio da Justiça e bem próximo, o tradicional restaurante Rosário. Era propriedade da Irmandade de Misericórdia de Campinas. Foi uma sala de cinema imponente, possuía um saguão em mármore e carpetes vermelhos. Inicialmente, possuía 800 lugares, mas chegou a ter cerca de 1800 poltronas. Era frequentado pela elite da sociedade campineira.  Foi o último cinema a ser construído no centro de Campinas e também o último a ser descaracterizado.
Era neste cinema que acontecia os grandes lançamentos cinematográficos da época. Era um cinema muito concorrido onde as pessoas iam para assistirem aos filmes e serem vistas.  
Era uma época em que as crianças iam à Matinê e depois podiam brincar no Largo do Rosário.
A partir de 1978, o Cine Windsor esteve sob a administração da Rede Hawai.
No início da década de 1990, grandes sucessos como “Esqueceram de mim I” e “Robocop” atraíram o público. No lançamento do filme, o personagem Robocop esteve presente no local. Quando foi apresentado o filme “Esqueceram de mim I”, a escola em que eu estudava, Dr. João alves dos Santos, promoveu visitas de salas de aula ao cinema. Foi a primeira sala de cinema em que estive presente.
Em seu período de decadência, o cinema passou a exibir filmes pornográficos e tornou-se ponto de prostituição, venda e consumo de drogas.
Em 2006, o prédio foi lacrado pela Prefeitura e fechado por tapumes. Isto para impedir a entrada de moradores de rua.
Atualmente, há uma igreja evangélica no local onde existia o Cine Windsor.





Fontes:
ALEXANDRE CAMPANHOLA

sábado, 29 de outubro de 2016

ANOS DOURADOS - Parte 2: Bar Ideal, Bar Facca e Clube da Saudade



Bar Ideal

Conhecido como “O reduto dos antigos boêmios de Campinas”, nas décadas de 50 e 60 do século passado, o Bar Ideal situava-se em um sobrado na Rua Conceição, na esquina com a Rua Barão de Jaguara. O imóvel era propriedade da família José Guernelli. Seus filhos tomavam conta deste empreendimento muito popular no centro da cidade.





Neste bar reunia-se a juventude campineira composta por estudantes, jornalistas, amadores teatrais pertencentes aos vários grupos existentes, dentre outros boêmios daquela época. Havia execução de músicas de orquestra e conhecidos músicos tocavam lá, como Nicola Pacelli, um exímio acordeonista que era cego e arrancava aplausos dos frequentadores, quando tocava tangos de sucesso.

 
 
 

Bar Facca

No final dos anos 50 nasceu o Bar Facca. O tradicional bar campineiro surgiu por iniciativa de quatro velhos amigos, que resolveram pedir as contas do Bar Ideal e abrirem o próprio estabelecimento. Eles escolheram um imóvel na Rua Conceição, onde décadas antes funcionou o conhecido Bar Lo Schiavo.

BAR LO SCHIAVO


O lancheiro Antônio Facca Filho e o tirador de Chope Roberto Geofrancisco, o Mossoró, juntaram-se aos balconistas Antônio Gisolfi, o Totta, e Franscisco Pinheiro de Souza, o Chico, e levaram com eles ao novo boteco, clientes antigos que tinham encrencado com o dono do Bar Ideal.





Os amigos batizaram o empreendimento com o sobrenome do lancheiro famoso. O bar foi inaugurado com a benção do padre Francisco de Assis Almeida em meados dos anos 60. O lugar tornou-se parada obrigatória para os marmanjos que passeavam pelo centro de Campinas. Apesar de ser um ambiente modesto, despertava a atenção de quem não se importava para o luxo e gostava da boêmia, da cerveja, da prosa, das gargalhadas. Mulher não entrava, criança também não. O clima era despojado, com muita cerveja e sanduiche de aliche.

Em 1984, o Bar Facca fechou suas portas por conta de uma marcação impalcável da vigilância sanitária, que não aprovava as características do estabelecimento. Nesta época, o lancheiro Facca já havia falecido.




 
O Bar Facca ressurgiu em 2006, após ceder o espaço nos anos anteriores a um restaurante self-service. Os novos proprietários entraram em acordo com a família dos fundadores e obtiveram o direito de levantar as portas do bar com o velho nome. O bar passou por inúmeras reformas, mas são as prateleiras, as azulejos na parede, as cadeiras e mesinhas de madeira, os salames e as réstias de alho pendurados que garantem a atmosfera nostálgica.








Clube da Saudade

Foi em meados do ano de 1944 que um pequeno grupo de amigos reunia-se para conversar, matar a saudade de bons tempos e dançar. Estes encontros passaram a concentrar mais e mais pessoas com o tempo, o que motivou os idealizadores a constituírem um clube social, no dia 28 de fevereiro de 1948. Surgia, assim, o Clube da Saudade.
A primeira sede do Clube da Saudade foi nas instalações anexas à Associação dos Alfaiates, na Rua Dr. Quirino, 702.

O Sr. Trajano Pereira Guimarães foi o sócio fundador e primeiro Presidente do Clube da Saudade, e em 17 de maio de 1951, ele convocou e presidiu a Assembleia Extraordinária que oficializou a instalação e deu a personalidade jurídica de clube.



 
Após ser oficializado como clube, a sede foi transferida para a Rua Barão de Jaguara, 1357, nas instalações do primeiro andar, em um prédio em que funcionava o famoso Bilhar Estrela Dalva, localizado defronte a suntuosa Sede do Jockey Clube.

Os bailes promovidos pelo Clube da Saudade eram quase minuetos. Os casais apresentavam-se sempre elegantemente, e na hora da dança os cavalheiros tiravam as suas damas inclinando-se à frente delas. Durante o baile, as damas eram levadas de forma suave em movimentos circulares no salão.

As músicas mais executadas eram a valsa alemã, a polka da Boêmia, os shots escoceses, a masurka polonesa e nos bailes de gala, sob a marcação do “Mestre-Sala”, os casais dançavam os chamados “figurados” como Sket, a Polonaise, a Parisiense, os shots ingleses, espanhóis e gaúchos, a Lusitânia, a polka militar, dentre outros. Os frequentadores eram exímios dançarinos e a apresentação dos casais encantava os visitantes.



 

A dança dos figurados ganhou destaque e fama resultando em convites ao Grupo da Saudade para realizar apresentações em Clubes de Campinas e região.

O clube ganhou expressão, aumentou o seu quadro de associados e diante das novas necessidades, no ano de 1985, mudou-se para o imóvel da Rua Dr. Betim, 203, no bairro Vila Marieta, onde permaneceu até o dia 06 de janeiro de 1996, quando foi inaugurada sua tão sonhada e desejada sede própria na Rua Dr. Betim, 190. A construção foi concretizada durante a presidência do Sr. João Leite de Souza.





Em reconhecimento a grande importância na representação musical  e da dança de Campinas, o Clube da Saudade ou Grupo da Saudade, recebeu em 2002 o “Diploma de Honra ao Mérito” concedido pela Câmara Municipal de Campinas

 
 
 

Fontes:


http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/03/metropole/bau_de_historias/250020-facca-como-sempre-elegante-como-nunca.html

 
ALEXANDRE CAMPANHOLA