domingo, 29 de maio de 2016

RETRATOS DE CAMPINAS - Maio de 2016






RUA BARRETO LEME






RUA FRANCISCO TEODORO





RUA FRANCISCO TEODORO
 
 
 
 
 
RUA RIACHUELO
 
 
 
 
 
 
ALEXANDRE CAMPANHOLA

DIREÇÃO DO TEMPO









Por alguns instantes descansou o olhar na estreita extensão da Rua Barreto Leme, que seguia seu curso prefeitura a fora, como as águas de um rio. Estava defronte ao prédio da Previdência Social, onde resolvera alguns assuntos sobre aposentadoria, e após a humilhante espera no atendimento e sentidas constatações, não admitia outro coisa senão sua súbita verdade de que, como a envelhecida sombra da Matriz do Carmo que se esparramava derredor, a velhice é a sombra da vida. Desceu a Barreto Leme a passos lentos de quem se desfez da pressa, quando foi considerado inapto para labutar. E não evitou uma comparação cruel consigo mesmo ao atravessar a Sacramento e perceber o sebo Casarão, do qual o aroma interior decerto fosse similar ao seu, adquirido em tantos anos de existência. De repente, assombrou-se em seu trajeto decadente ao ouvir tantos risos e brincadeiras. Uma turma de estudantes que voltavam da faculdade perpassou-no, como se quisessem dizer-lhe que a direção dos ventos somos nós que definimos. A juventude estudantil apareceu por todos os lados naquela ocasião, onde se encontrara a caminho de seu ponto de ônibus na Avenida Anchieta. Os estudantes estavam nas livrarias, nos sebos, nas lanchonetes, nas lojas especializadas em Rock`n Roll. Uma delas liberou logo um som pesado que se misturou àquelas vozes cheias de entusiasmo, que ignoravam a direção do tempo, as imposições injustas, os desaforos da vida. Foi assim que pensou com um sorriso de menino travesso a seguinte frase: “A gente pode até se aposentar para o trabalho. A gente, não quer dizer com isso, que se aposenta para a vida”.





ALEXANDRE CAMPANHOLA
CRÔNICAS DE CAMPINAS

 
 

domingo, 22 de maio de 2016

RUA ÁLVARES MACHADO: Quem foi Álvares Machado?






 Francisco Álvares Machado nasceu em São Paulo, no dia 21 de dezembro de 1791. Filho do cirurgião-mor Joaquim Teobaldo Machado de Vasconcelos e de Maria da Silva Bueno, foi casado com Cândida Maria de Vasconcelos Barros com a qual teve apenas uma filha, Maria Angélica de Vasconcelos, que foi a primeira esposa de Hércules Florence.
Logo no início dos estudos, aos 17 anos, Álvares Machado ingressou no Corpo de Voluntários da Província de São Paulo, como auxiliar de farmácia e ajudante de cirurgia do Hospital Militar.
Seguiu a carreira do pai como oftalmologista e médico-cirurgião do primeiro regimento nomeado em 1814 por Dom João VI. Era oculista e foi um dos primeiros especialistas a tratar a catarata com instrumentos que ele próprio fabricava. Atuou na corte, em Itu, Porto Feliz e Campinas. Também foi organizador da primeira escola médica do Brasil.

 

 
 
 
Na cidade de Campinas, Álvares Machado ocupou diversos cargos de governo. Foi um dos chefes do Partido Liberal. Também tomou assento na Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo e compôs o conselho da província. Em 1832 elegeu-se Deputado Geral, cargo que exerceu até 1846, tendo desfrutado de grande prestígio.

Foi presidente da província do Rio Grande do Sul, de 30 de novembro de 1840 a 17 de abril de 1841. Foi um dos presidentes mais bem quistos no Rio Grande do Sul, sobretudo pelos farroupilhas. Recebeu a Ordem do Cruzeiro pelos serviços prestados ao governo central durante a Revolução Farroupilha.

 
 
 
Teve muita influência na nascente imprensa campineira levando do Rio de Janeiro à Campinas a primeira tipografia da cidade, que foi dirigida por seu genro Hércules Florence, o pioneiro da fotografia na América Latina. Através desta iniciativa foi possível o surgimento do primeiro jornal de Campinas, Aurora Campineira.




 

Deixou muitos trabalhos escritos pelas suas qualidades de poeta mavioso e orador eloquente.
Álvares Machado faleceu na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, no dia 4 de julho de 1846.

 
 

A Rua Álvares Machado foi chamada inicialmente de Rua Deserta pela predominância de fazendas e pequenas chácaras, e pelas poucas moradias e comércios em toda a extensão. Sua história está entrelaçada, assim como toda área central, com a inauguração da Estação Ferroviária, em 1873.
 
 
 
 
Com a chegada da ferrovia, a Rua deserta ganhou movimento e perdeu, aos poucos, as características iniciais. Em 1871, por determinação da Câmara Municipal, a denominação foi alterada para Álvares Machado, em homenagem ao cirurgião e político influente da época.

A Rua Álvares Machado tem seu início nas proximidades da Avenida Prefeito José Nicolau Ludgero Maseli e estende-se até as proximidades do Mercado Municipal. A rua com o tempo caracterizou-se pela forte presença comercial com muitos armarinhos, restaurantes, lojas de roupa e calçados, além do comércio informal ambulante, que se estabeleceu no final da década de 1990 e posteriormente foi organizado pela Prefeitura Municipal em boxes igualmente divididos em um espaço reservado a eles, que inclui ventilação e cobertura.

 

sábado, 14 de maio de 2016

CURIOSIDADES DE CAMPINAS: A loja Vovó Luzitana





Em 1947, o imigrante italiano José Alati fundou uma das primeiras lojas do centro de Campinas, a Vovó Luzitana. Era um período de desenvolvimento socioeconômico no município campineiro, após os anos de Segunda Guerra Mundial, e Campinas despontava como um dos principais polos comerciais do Estado de São Paulo. Antes de fundar a loja, José Alati atuou em diversos ramos comerciais, e entre os anos de 1935 a 1947, foi proprietário de padaria, armazém, serraria e madeireira. Desde o início da loja, o endereço era na Rua Luzitana e pela localização, a loja recebeu o nome de Luzitana Refrigeração Elétrica Ltda. Foi o publicitário Milton Brescia, que participava das campanhas publicitárias da loja naquele período, que batizou a loja como sendo a Vovó Luzitana.

 
 
 
 

A loja Vovó Luzitana foi a primeira loja de móveis e eletrodomésticos de Campinas. Ela foi a mais tradicional da cidade em seu setor e manteve suas atividades durante 50 anos. Sua localização era na Rua Luzitana, na esquina com a Rua General Osório, no número 1170, onde hoje existe loja de tecidos. Popularizada por seu jingle tradicional nos veículos de comunicação, tornou-se um símbolo do comércio campineiro e querida por seus clientes. A loja encerrou suas atividades em Campinas, no ano de 1997.

 
 
 
 
 

A decisão de fechar as portas da loja, segundo seu proprietário José Alati, foi devido alguns problemas urbanos e econômicos que aconteciam na década de 90 do século XX. Entre eles, foi citada a falta de segurança do centro campineiro, que causou a queda nas vendas dos últimos anos, antes do fechamento da loja. Outro fator que resultou no fim das atividades da Vovó Luzitana em Campinas foi a concorrência com outras lojas ou grandes redes do mesmo ramo de atuação, tanto no centro como nos shoppings. Também foi fator determinante o alto índice de inadimplência desde a implantação do Plano Real.

 
 
 
 

 
 
Em seus últimos anos, a loja Vovó Luzitana eliminou a venda de eletrodomésticos e ficou apenas com a comercialização de móveis. Seu público alvo eram pessoas da classe média e baixa. José Alati manteve a unidade da loja Vovó Luzitana em Valinhos, após o fechamento da unidade campineira.

 

 






Fonte:

 

 
ALEXANDRE CAMPANHOLA

domingo, 1 de maio de 2016

RETRATOS DE CAMPINAS: Abril de 2016

 
 
 
 
RUA BARÃO DE JAGUARA





RUA BOAVENTURA DO AMARAL
 
 
 
 
 
RUA RIACHUELO
 
 
 
 
 
PRAÇA BENTO QUIRINO






ALEXANDRE CAMPANHOLA