sexta-feira, 19 de abril de 2019

PREFEITOS DE CAMPINAS: Magalhães Teixeira




José Roberto de Magalhães Teixeira, conhecido como Grama, nasceu em Andradas – MG, no dia 18 de junho de 1937. Era filho de Adalberto Magalhães Teixeira e de Iracema Cruz de Magalhães. Foi casado com Teresa Cristina Tavares Magalhães, com quem teve três filhos.




Cursou odontologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, entre 1957 e 1961, tornando-se cirurgião-dentista. Teve destacada participação na política estudantil e dirigiu o centro acadêmico 25 de Outubro, durante o período universitário. Também neste período, dirigiu o diretório central de estudantes (DCE) da PUC.
 
 
 

Em 1966, Magalhães Teixeira ingressou no Movimento Democrático Brasileiro (MDB), um partido político que fazia oposição ao Regime Militar instaurado no país entre 1964.
 
 
 
 
Três anos depois foi eleito vereador em Campinas pelo MDB, e exerceu o mandato entre os anos de 1968 e 1973. Neste último ano, tornou-se diretor do Departamento de Educação, Física, Esportes e Recreação da Prefeitura Municipal de Campinas, onde permaneceu até 1976. Ainda nesse ano, elegeu-se vice-prefeito de Campinas pelo MDB, na chapa liderada pelo deputado Francisco Amaral.

 


 
Iniciou seu mandato no ínicio de 1977 e, durante seis anos de seu mandato, assumiria a administração interinamente entre 1979 e 1981. Durante os dois primeiros anos do governo de Chico Amaral, Magalhães Teixeira acumulou a vice-prefeitura com a pasta da cultura. Em novembro de 1978, elegeu-se suplente de senador pelo MDB para a legislatura 1979-1987.

Seu descontentamento com o estilo adotado por Orestes Quércia à condução do MDB paulista , Magalhães Teixeira liderou, em 1979, uma chapa de oposição que preencheu 30 % das vagas do diretório municipal do partido. Em novembro de 1979, com o fim do bipartidarismo e a consequente reorganização do quadro partidário, ele filiou-se ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), uma agremiação sucessora do MDB, porém as brigas com Quércia continuaram no novo partido.

 
 
 
Entre 1981 e 1982, presidiu a Fundação José Pedro de Oliveira, até que em novembro deste último ano disputou a prefeitura de Campinas pelo MDB, concorrendo com o vereador José Paulo Naccaratto, ex-integrante da Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido de apoio do regime militar, apoiado por Orestes Quércia. Magalhães Teixeira venceu a eleição e assumiu o cargo em março de 1983.




Durante seu mandato, participou do Seminário Internacional sobre Administração Municipal da Fundação Konrad Adenauer, na República Federal da Alemanha (RFA), em 1983. Teve seu mandato prorrogado até 1988, para não haver coincidência das eleições para prefeituras e governos estaduais no pleito de novembro de 1986.

Em seu primeiro mandato foi avaliado como o prefeito mais bem avaliado do Brasil, e tornou-o reconhecido como símbolo da ruptura com as velhas lideranças partidárias.


 
 
Seu desentendimento com a figura de Quércia intensificou-se na campanha para o governo de São Paulo em novembro de 1986, quando Magalhães Teixeira apoiou o empresário Antônio Ermírio de Moraes, candidato do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). No entanto, Quércia venceu as eleições daquele ano.

Em meados de 1988, Magalhães Teixeira foi um dos fundadores do Partido Social da Democracia Brasileira (PSDB), agremiação criada por dissidentes do PMDB, naquele anos tornou-se vice-presidente estadual do PSDB.
 
Em outubro de 1990, ele concorreu à vaga de deputado federal pelo PSDB, sendo eleito com a quinta maior votação do estado. Empossado em fevereiro de 1991, foi membro titular da Comissão de Ciência e Tecnologia e Comunicação e Informática, e membro da comissão parlamentar destinada a oferecer à mesa estudos e sugestões, objetivando o aperfeiçoamento dos trabalhos administrativos e legislativos da Câmara em 1991.

 
 
 
 

Em 29 de setembro de 1992, na sessão da Câmara que promoveu a votação da abertura do processo de impeachment do presidente Fernando Collor, sua votação foi favorável. Collor era acusado de crime de responsabilidade por ligações com um esquema de corrupção liderado pelo ex-tesoureiro de sua campanha presidencial, Paulo César Farias.

Magalhães Teixeira permaneceu no cargo de deputado federal por apenas dois anos, pois em outubro de 1992, elegeu-se novamente para a prefeitura de Campinas, no primeiro turno, recebendo o total de 61% dos votos válidos. Com isso, renunciou ao mandato da Câmara, tendo como substituto José Aníbal.

 
 
 
 
Em janeiro de 1993, Magalhães Teixeira assumiu mais uma vez a prefeitura de Campinas, e durante sua gestão foi adotada, pela primeira vez em uma cidade brasileira, um programa de garantia de renda mínima para complementar os vencimentos de famílias pobres. Pelo projeto, implementado a partir de fevereiro de 1995, a administração municipal comprometia-se a pagar um subsídio mensal às famílias consideradas extremamente carentes, residentes de Campinas no mínimo há dois anos e com filhos frequentemente a escola. Essa iniciativa contou com o apoio do senador petista Eduardo Suplicy, um dos introdutores da discussão sobre o programa no Brasil, e serviu de exemplo a outras cidades brasileiras.




Naquele novo mandato, ele implantou uma linha telefônica para comunicação direta entre comunidade e prefeitura, para que fossem deixadas sugestões ou críticas para o prefeito. Houve a inclusão de flúor na água tratada que chegava às residências, a fim de melhorara a saúde bucal da população.

Magalhães Teixeira foi coordenador, no interior do estado de São Paulo, da campanha vitoriosa à presidêcia do país do amigo desde os anos 60, Fernando Henrique Cardoso.






Em novembro de 1995, Magalhães Teixeira foi diagnosticado de câncer de fígado. Ainda assim, recusou a possibilidade de afastar-se do cargo, e passou a orientar a prefeitura  de Campinas de sua casa, contando com um conselho de governo e com  o vice-prefeito Edivaldo Orsi (PSDB) para cuidar das questões administrativas rotineiras.





Uma personalidade simples e carismática, como muitos os definiram. José Roberto Magalhães Teixeira exibia uma liderança natural e tinha vocação para trabalhar em prol da cidade. Ele tratava a população com muita empatia, não era demagogo, nem populista, mas uma pessoa que gostava de Campinas e seus habitantes. Ficou marcado por olhar a causa dos menos favorecidos, suas necessidades, e exergou as dificuldades que a desigualdade social geram, sobretudo para o progresso de pessoas situadas no limite da pobreza, sem colocar em ponto de igualdade o bem sucedido e o miserável a partir do ponto de partida do esforço próprio, mas reconhecendo que há outras variáveis que definem a condição do indivíduo, e por isso, partilhando da ideia de que uma renda mínima é necessário para que o indivíduo carente possa se reerguer, e buscar melhores oportunidades em um mundo onde as boas oportunidades são tão restritas.(Opinião do autor do artigo)

Era querido pela população e admirado pelos colegas do partido, além de respeitado por adversários políticos.  

 
 
 
 
Magalhães Teixeira morreu no dia 29 de fevereiro de 1996.

Dentre as inúmeras homenagens que o prefeito Magalhães Teixeira recebeu em Campinas, seu nome imortaliza uma rodovia, também conhecida como Anel Viário Magalhães Teixeira.

 





Fonte:






ALEXANDRE CAMPANHOLA

terça-feira, 2 de abril de 2019

BAIRROS DE CAMPINAS: Vila Itapura



A Vila Itapura é um bairro situado bem próximo a região central de Campinas, e encontra-se entre duas importantes avenidas campineiras, a Avenida Orosimbo Maia e a Barão de Itapura.

 

 
 

 
Este bairro surgiu durante um período de intensa urbanização em Campinas, quando foi adotado o Plano de Melhoramentos Urbanos de Campinas, o qual esteve vigente entre as décadas de 1930 a 1960.

 




Este plano foi idealizado pelo engenheiro-urbanista Francisco Prestes Maia, contratado pela Prefeitura de Campinas, em 1934. De acordo com este plano, a cidade passaria por uma renovação urbana, cujo objetivo era apagar sua modesta feição colonial e imprimir-lhe ares de cidade rica e moderna.






Além deste objeitvo de reestruração do centro da cidade, havia uma estratégia de valorização imobiliária, que resultaria em ampliação de lucros sobre uma terra urbanizada e já ocupada, favorecendo antigos estratos da elite local, cuja riqueza havia se deslocado, após a crise  de 1929, do setor cafeeiro para o setor mercantil-imobiliário.

 
 
 
 
Mas, além do fator comercial, a incorporação de áreas baratas e não urbanizadas, interessava ao capital industrial, pois respondia às necessidades habitacionais de uma crescente classe operária, e isso aliviaria o custo locacional de moradia e de transporte para essa classe.

 
 
 
 
 
Neste contexto de produção de uma nova estrutura urbana de Campinas, intensa atividade do capital imobiliário e industrial, surge na década de 1940 a Vila Itapura, na região do bairro Guanabara.

 
 
 

A responsável pela construção desta vila foi a Companhia Rossi & Borghi, de acordo com os termos do Decreto-Lei n˚ 94/1941, que autorizava a implantação de habitações populares  nas imediações de áreas industriais.





A Vila Itapura foi formada nas imediações de importantes fábricas daquele período como A Fábrica de Tecidos Elásticos Godoy e Valbert, a Fábrica de Chapéus Cury e a Companhia Campineira de Óleo, promovendo uma ocupação residencial em uma área nitidamente industrial.



 
 
 
As ruas que delineavam este bairro eram: a Rua Prefeito Passos, a Visconde de Taunay, a Barata Ribeiro, a Tiradentes, a Barão de Atibaia, a Álvaro Muller, a Coelho Neto e a Engenheiro Saturnino de Brito.


 
 
 
 
Atualmente,  A Vila Itapura segue os passos deixado pelo Plano de Melhoramentos Urbanos de Prestes Maia. É uma bairro que mescla a opulência de edíficios residenciais e comerciais, com lindas e saudosistas residências que resistem ao tempo.





Um dos pontos históricos do bairro é a Fábrica de Chapéus Cury, em meio à prédios modernos, conserva sua imagem grandiosa. Outro ponto muito conhecido é o Clube Fonte São Paulo, assim como a Escola Castorina Cavalheiro e a Paróquia São Paulo Apóstolo.






 
ALEXANDRE CAMPANHOLA