O DIÁRIO DE CAMPINAS
No
dia 19 de setembro de 1875, começa a circular em Campinas um novo jornal, o
Diário de Campinas, lançado graças ao empenho do jornalista e ex-caixeiro
Henrique Barcellos, que conta com a ajuda de Antônio Duarte de Moraes Sarmento,
ex-guarda-livros (avô do comunicador Rubens Moraes Sarmento), o ex-aprendiz de
alfaiate Gonçalves Pinheiro e o ex-aprendiz de padeiro Joaquim de Toledo. O
Diário de Campinas é uma continuação do jornal A Mocidade, que existiu entre os
anos de 1874 a 1875, e que em seguida passou a ser denominado A Actualidade, e
onde Barcelos e Sarmento haviam trabalhado. O novo jornal caracteriza-se por
ser o primeiro jornal de publicações diárias na cidade e por ser defensor da
causa abolicionista.
HENRIQUE BARCELLOS |
Henrique
Barcellos foi um notável professor de Língua Portuguesa e diretor do jornal
Comércio de Campinas, além de escrever diversos trabalhos para o teatro. Mas,
seu destaque na imprensa campineira acontece durante os anos em que exerce o
cargo de diretor do jornal o Diário de Campinas. Mais tarde, ele funda o jornal
Correio de Campinas e assume a diretoria do ginásio Culto à Ciência. Era um jornalista
de têmpera, combativo e um defensor intransigente dos interesses do povo.
Josephina
Sarmento, a primeira jornalista campineira, chega ao jornal aos 17 anos de
idade, contratada pelo irmão Antônio Sarmento, diretor do Diário de Campinas na
época. Ela contribui com importantes traduções e com mais de 118 folhetins.
Alberto
Sarmento exerceu os cargos de advogado, delegado de polícia e promotor público,
e fundou a Associação Protetora dos Pobres de Campinas durante o período de
epidemia de febre amarela. Na imprensa campineira, ele faz parte do corpo
editorial do Diário de Campinas. Dentre suas diversas atuações jornalísticas
nas páginas do jornal, como na defesa do movimento republicano, ele defende a
nobre ideia da fundação de uma casa para mendigos de Campinas, nas colunas do
jornal.
Geralmente,
nas primeiras páginas do Diário de Campinas são apresentados artigos que
discutem o contexto nacional e notícias do país e internacionais. O contexto da
grande lavoura e as preocupações com o futuro são constantes. São publicadas
cartas de lavradores e mesmo representações do Clube da Lavoura apontando para
algumas ações que devem ser tomadas pelo governo.
A
respeito de seu apoio ao movimento abolicionista, em uma de suas publicações o
jornal elogia os esforços à aprovação de Lei do Ventre Livre, sendo
reconhecidos os avanços que esta representa para a questão escrava.
Muitas
discussões cuja pauta é a abolição da escravatura são publicadas.
BUSTO DE ALBERTO SARMENTO |
O Diário de Campinas encerra suas atividades de 1901.
Fontes:
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