Parecia eterna aquela luta. Todos os dias por volta do meio-dia, após ter deixado as crianças na escola igual a uma mulher comum, ela transformava-se, vestia aquela minissaia sensual, a blusinha justa que deixava aparecer o piercing do umbigo, maquiava-se, nada tão apelativo, mas aprazível, para ir fazer ponto no extremo da Rua Saldanha Marinho, próximo ao Terminal Central.
Não importava quem fosse... o adolescente curioso, o nordestino da obra, o camelô apressado, o evangélico admoestador, o tímido rapaz, o velho assanhado, o vigarista malcheiroso... Não importava quem fosse seu sorriso era o mesmo, os braços estendidos eram um convite, e o orgasmo fingido agradaria a todos da mesma forma.
O importante era saber que, quando voltasse para casa lá pelas onze da noite, suas crianças estariam sonhando e o futuro era maravilhoso.
Crônicas de Campinas
Alexandre Campanhola
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