A Fazenda Jambeiro surgiu na região chamada Sete Quedas, quando, em 1802, o alferes ituano José Rodrigues Ferraz do Amaral, adquiriu por 260 mil réis as terras das sesmarias pertencentes ao casal José Antônio de Figueiró e Isabel Correia da Cunha.
A propriedade adquirida por José Rodrigues Ferraz do Amaral, que foi casado com Ana Matilde de Almeida Pacheco, possuía uma casa simples de taipa de pilão. O alferes, pelo cargo que ocupava, nunca teve posse legal das terras, até sua morte em 1819.
Em 1923, as terras da Sesmaria Sete Quedas, herdadas legalmente por Thereza Michelina do Amaral Pompeu, nascida em fevereiro de 1800, foram desmembradas. Ela era a filha mais velha do alferes, e tinha dentre os irmãos, Joaquim Bonifácio do Amaral, barão e visconde de Indaiatuba. Ele nasceu em Campinas, no dia 3 de setembro de 1815.
Thereza Michelina do Amaral Pompeu casou-se naquele ano com Antônio Pompeu de Camargo, um próspero comerciante de mercadorias. Do desmembramento da propriedade que ela herdou originou-se a Fazenda Jambeiro, na qual foi construído o primeiro casarão sede no mesmo ano de sua fundação.
Em 1833, ainda resultante do desmembramento da Sesmaria de Sete Quedas foi criada a Fazenda Cachoeira, atual São Martinho da Esperança, pela mesma herdeira, seguida da Fazenda Pedra Branca e por último a Fazenda Capivari.
A Fazenda Sete Quedas, que era a base das demais propriedades, ficou com Joaquim Bonifácio do Amaral, e, somente a partir do falecimento de sua mãe Anna Matilde, em 1943, foi implantado um sistema próprio de administração.
Nos primeiros anos, as atividades na fazenda eram dedicadas à cultura do açúcar, que era o produto de grande valor na época. A partir de 1840, teve início do cultivo de café na propriedade, que se tornou uma das maiores produtoras em Campinas.
O sucesso na produção de café fez de Thereza Michelina do Amaral Pompeu uma das mulheres mais ricas da cidade, conforme indicações no ano de 1850.
Em 1846, ela construiu um Sobrado na esquina da Rua Barão de Jaguara e General Osório. Em 1875, neste sobrado, o Solar do Visconde de Indaiatuba, o imperador Dom Pedro II e a Imperatriz Thereza Cristina foram hospedados, quando os mesmo estiveram em Campinas.
Em 1860, a propriedade era uma das maiores produtoras e exportadoras de café da região.
Thereza Michelina do Amaral Pompeu faleceu em 1881, deixando a Fazenda Jambeiro, dentre outras heranças, ao filho Antonio Pompeu de Camargo.
Antonio Pompeu de Camargo nasceu em Campinas em 1828. Além de um dos pioneiros no cultivo do café, tornou-se um rico proprietário urbano e rural, sendo um dos principais acionistas da Cia. Paulista de Estradas de Ferro. Participou ativamente de diversas iniciativas voltadas ao melhoramento de Campinas, como a construção da Matriz Nova (atualmente Catedral Metropolitana), da Santa Casa e o Jóquei Clube.
Ligado tradicionalmente ao Partido Liberal do Império, chefiado por seu tio e cunhado Bonifácio do Amaral, dele afastou-se para pertencer ao Clube Liberal-Radical e posteriormente ao Clube Republicano, acompanhando seus amigos Campos Salles e Francisco Glicério.
Antonio Pompeu de Camargo faleceu em 1884 e, a partir do ano seguinte, a propriedade passou a ser administrada por Herculano Pompeu de Camargo, filho mais novo de Antonio Pompeu de Camargo, atingindo a produção 90 mil pés de café. Ele deixou de usar o trabalho escravo antes da assinatura da Lei Áurea, que pôs fiz a escravidão, e passou passou a contratar colonos europeus, para realizar o trabalho em sua fazenda.
Em 1897, Herculano Pompeu de Camargo construiu uma suntuosa casa-sede na fazenda. A inspiração do projeto era francesa feita pelo arquiteto campineiro Francisco de Paula Ramos de Azevedo. Dentre os requintes havia iluminação de gás em seus cômodos, água corrente e rede de esgotos, linha telefônica, pintura em Trompe-l'oeil nos salões internos, revestimentos em azulejos franceses, pisos hidráulicos belgas e um valioso lustre em seu salão principal.
Em 1907, devido a problemas relacionadas à partilha da herança de Antônio Pompéu de Camargo, Herculano teve que desocupar a Fazenda Jambeiro, indo morar na Fazenda Capivari. Os sérios problemas financeiros resultantes fez com que a Fazenda Jambeiro fosse a Leilão, juntamente com outros patrimônios de Antônio Pompeo de Camargo.
Em 1914, o proprietário da fazenda era José de Queirós Aranha, com 70 alqueires de terras e 100 mil pés de café.
Já na década de 1920, o italiano Giuseppe Tizziani adquiriu a Fazenda, e permaneceu sob possa dela até a década de 1940.
Em 1960 passou a ser propriedade de Maria de Lurdes da Silva Prado. Quando ela faleceu, a propriedade foi herdada pela filha Maria Cecília da Silva Prado, que não se interessou pela Fazenda Jambeiro, e colocou as terras para serem loteadas.
Este loteamento foi designado como Parque Jambeiro. Maria também determinou a demolição do Casarão sede, mas após terem derrubado várias paredes, portas e janelas, fiscais descobriram a demolição e a embargaram sob pena de multa.
A partir daí, o casarão foi administrado pela Prefeitura, como forma de pagamentos de impostos atrasados, e a partir de então ocorreu um processo de degradação, marcado por queda dos telhados, demolição parcial de outras paredes, que os próprios funcionários municipais proporcionaram...
✍️ ALEXANDRE CAMPANHOLA
Campinas, meu amor
Fonte:
🔍https://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda_Jambeiro
🔍https://pt.wikipedia.org/wiki/Fazenda_Sete_Quedas
🔍https://www.geneaminas.com.br/gene.../restrita/enlace.asp...
🔍📸https://pro-memoria-de-campinas-sp.blogspot.com/.../perso...
📸 Página Campinas de Outrora
📸 Centro de Memória da Unicamp
Referência: Roberto de Castro
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