Nos trilhos da Mogiana vagava quem na vida saiu dos trilhos. Ainda alucinado pelo pozinho branco que mãos espertas no Terminal Central distribuíam, ele só queria seguir em frente, sob o peso do sol campineiro. Cada passo seu era um passo atrás e a juventude era mais decadente que as construções da velha Mogiana, onde os vagões adormeceram. Em suas ilusões, o apito das locomotivas parecia chamar-lhe a atenção que estava no caminho errado, e que poderia ser atropelado pelo destino. O apito da consciência. Mais à noite, fora dos trilhos, o desejo de aspirar outra vez suas ilusões o poria a mendigar na Glicério.
Crônicas de Campinas
Alexandre Campanhola
Nenhum comentário:
Postar um comentário