Outro dia, perambulando pelo centro de Campinas, um oculto e talvez insignificante contraste me chamou a atenção, e não pude deixar de analisar: as diferenças que circundam a vida da vendedora que trabalha na loja Casas Bahia, da Avenida Campos Sales, e da vendedora que trabalha em uma das lojas de móveis usados da Rua General Osório, próximo ao Terminal Mercado.
A vendedora da grandiosa loja mostra-nos as novidades, os lançamentos e as variedades; a vendedora da pequena loja tenta convencer-nos a ficar com o fogão que já foi de alguma dona-de-casa suburbana.
Uma trabalha uniformizada e risonha; a outra, com o velho jeans esmaecido; uma leva-nos ao computador para fazer crediários; a outra implora por um mísero pagamento à vista; uma divide-se para atender aos vários clientes; a outra fica na porta da loja observando o movimento; uma estuda e se dedica para um dia gerenciar a loja; a outra continuará trabalhando ao chegar em casa.
E, não obstante os contrastes, uma coisa elas têm em comum: a dignidade.
Crônicas de Campinas
Alexandre Campanhola
LEIAM OS POEMAS DO
POETA ALEXANDRE CAMPANHOLA NO LINK:
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