quarta-feira, 24 de abril de 2013

VENDEDORAS



 



Outro dia, perambulando pelo centro de Campinas, um oculto e talvez insignificante contraste me chamou a atenção, e não pude deixar de analisar: as diferenças que circundam a vida da vendedora que trabalha na loja Casas Bahia, da Avenida Campos Sales, e da vendedora que trabalha em uma das lojas de móveis usados da Rua General Osório, próximo ao Terminal Mercado.
  A vendedora da grandiosa loja mostra-nos as novidades, os lançamentos e as variedades; a vendedora da pequena loja tenta convencer-nos a ficar com o fogão que já foi de alguma dona-de-casa suburbana.
  Uma trabalha uniformizada e risonha; a outra, com o velho jeans esmaecido; uma leva-nos ao computador para fazer crediários; a outra implora por um mísero pagamento à vista; uma divide-se para atender aos vários clientes; a outra fica na porta da loja observando o movimento; uma estuda e se dedica para um dia gerenciar a loja; a outra continuará trabalhando ao chegar em casa.
  E, não obstante os contrastes, uma coisa elas têm em comum: a dignidade.




Crônicas de Campinas

Alexandre Campanhola


 

LEIAM OS POEMAS DO POETA ALEXANDRE CAMPANHOLA NO LINK:

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