João César Bueno Bierrembach nasceu no dia 07 de abril de
1872, em Campinas. Era filho do capitão João Antônio Bierrembach e de Maria
Clementina da Silva Bueno. Estudou nos colégios São Luís, de Itu, e Culto à
Ciência, de Campinas, e formou-se na Academia de Direito de São Paulo. Sua
família foi pioneira no setor industrial da cidade, representando o espírito de
progresso campineiro.
Foi orador, jornalista, advogado e escritor.
Foi um orador muito brilhante, tributo por excelência e
lente catedrático do tradicional Colégio Culto à Ciência. Neste colégio, César
adquiriu a destreza de falar fluentemente os idiomas francês, italiano, alemão,
inglês e espanhol. Ele também foi professor de História da Civilização neste
colégio.
Foi um dos oradores, em 1906, na inauguração do
monumento-túmulo de Carlos Gomes. Sua atuação foi decisiva para que fossem transladados
para Campinas os restos mortais do maestro Carlos Gomes.
Da esquerda para direita: Leopoldo Amaral, Rodolfo Bernardelli, Campos Novais e César Bierrembach. |
César Bierrembach também foi um dos fundadores, junto com
Coelho Neto, e foi o primeiro secretário do Centro de Ciências, Letras e Artes
de Campinas, em 31 de outubro de 1901. Foram os Bierrembach que doaram o
primeiro edifíco-sede do C.C.L.A. À frente desta instituição, ele organizou uma
homenagem a Alberto Santos Dummont, em uma ocasião da visita do aviador à Campinas. Em
1908, a C.C.L.A prestou uma justa homenagem ao seu fundador, inaugurando a Biblioteca
César Bierrembach, um ano depois de sua morte.
Ele escreveu “Manifesto em favor da Independência de
Cuba” no ano de 1896, em São Paulo, “Brasílio Machado”, um estudo biográfico e
“Produções Literárias”, que foi uma obra póstuma em dois volumes. Ele escrevia
seus artigos sob o pseudônimo Sílvio Latino.
César Bierrembach foi amigo de Rodolfo Bernardelli, um
famoso escultor, autor do monumento-túmulo de Carlos Gomes, e que também
esculpiu o busto do amigo César, o qual se encontra na praça Bento Quirino.
César Bierrembach faleceu no dia 02 de julho de 1907, no Rio de Janeiro, aos 34 anos, quando se suicidou. Apaixonado por Hortênsia, filha do Barão de Rio Branco, seu amigo pessoal, César foi rejeitado por ela, que escolheu se casar com o diplomata e industrial belga Léon Hamoir, e frustrado, César se suicidou com um tiro no peito.
Olhando aqueles instrumentos musicais na Loja Krunner, percebi que havia naquela rua vestígios de uma magnífica cultura e arte, que seria cultivada na cidade de Campinas por aquele que imortalizou com seu nome a rua onde eu caminhava. Bem ao lado, no início da rua, estava o Clube Semanal de Cultura Artística, e no final de minha caminhada, eu sabia que encontraria o primeiro arranha-céu de Campinas, o Edifício Sant´Anna, onde hoje funciona o Hotel Opala.
Que me desculpe o ilustre Inácio de Góis por não ter seu
nome mais naquela via, mas não haveria homenagem mais justa que a feita ao
digníssimo César Bierrembach. Foi o que pensei enquanto andava tranquilamente e
observava algumas contruções antigas, alguns comércios interessantes, e o clima
de serenidade em uma rua do centro campineiro.
Por iniciativa do comércio de Campinas, foi dirigido ao
presidente da Edilidade Campineira, Dr. Antônio Alves da Costa Carvalho, um
abaixo-assinado datado de 12 de dezembro de 1907, cuja solicitação pretendia
que o nome do notável César Bierrembach fosse imortalizado na Rua do Góis, o
qual havia falecido pouco tempo antes.
Em 06 de março de 1908, o prefeito de Campinas Orosimbo
Maia sancionou o ato que dava àquela rua a denominação de Rua Dr. César Bierrembach.
A Rua Dr.César
Bierrembach tem seu início na Rua Irmã Serafina e estende-se até a Rua Barão de
Jaguara.
Esta rua já abrigou armazéns e entrepostos de produtos
importados que vinham de Santos pelos trens, e que os carroceiros transportavam
e abasteciam as principais famílias da cidade com azeite, uvas, bacalhau e até
louças ingleses. Outro marco desta rua foram os principais pontos de lazer à
população dos séculos passados, como os cinemas Coliseu, Cine Recreio e São
Carlos.
Fonte:
Sua postagem sobre o grande tribuno e professor CÉSAR BIERRENBACH é de grande valor informativo, especialmente para alunos que pesquisam a história de Campinas e de seus grandes personagens. Contudo, em pesquisa que realizei em jornal do Rio de Janeiro, o mesmo informa - na edição do dia posterior ao suicídio de Bierrenbach que fora constatado pelo legista que examinou o cadáver que ele havia se enforcado com a cinta de couro de sua própria mala. Portanto, a morte não ocorreu por "tiro no peito" como consta em seu relato. Obrigado.
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