A Camisaria Amin foi fundada pelo Sr. Salim Amin, na década de 1930.
🇱🇧 Salim Amin nasceu em Bhamdoun no dia 06 de Janeiro de 1885, no Líbano. Naquele país, ele trabalhou com seu pai em uma construtora da família.
🇧🇷 Em 1902, Salim Amin veio para o Brasil. Trabalhou por pouco tempo em um canavial, na cidade de Catanduva, antes de se mudar para Campinas.
Em Campinas, Salim trabalhou como mascate, um vendedor de rua autônomo, dando início à sua trajetória como grande comerciante. Ele tinha 17 anos e percorria as fazendas vendendo tecidos, roupas e armarinhos.
No dia 22 de janeiro de 1910, ele casou-se na Arquidiocese de Campinas, com Marianna Gomes, que nasceu no dia 2 de setembro de 1893, em Santa Bárbara D'Oeste. O casal teve três filhos: Emílio Amin (1913-1973), Alberto Amin (1915-2002) e Azis Amin (1920-1992).
Aos poucos, com muito esforço e dedicação, ele conseguiu juntar dinheiro para arrendar a Fazenda São Antônio, na cidade de Louveira.
Na década de 1910, Louveira era um bairro chamado Rocinha, distrito de Jundiaí. Salim Amin cultivava café em larga escala na Fazenda São Antônio, que era vizinha à fazenda de Júlio de Mesquita, proprietário do jornal O Estado de São Paulo. Sua fazenda chamava-se Conceição do Barreiro.
A Fazenda São Antônio começou a exportar café antes da crise de 1929. Durante a crise, Salim optou por guardar o café produzido em sua fazenda, em vez de queimá-lo. Até hoje a fazenda é conhecida em Louveira como "A Fazenda do Salim".
Em 1932, Salim Amin vendeu a Fazenda Santo Antônio. Um fato curioso aconteceu. Em decorrência do processo de venda, foi descoberto que o nome verdadeiro de sua esposa era Leonilda e não Marianna. Um advogado de nome Juarez acertou o nome da esposa de Salim e concluiu a venda da fazenda para um médico.
Após vender a fazenda, Salim comprou a Fábrica Paulista de Roupas Brancas, situada na esquina da Avenida Campos Salles com a Rua Barão de Jaguara, na Praça Visconde de Indaiatuba, conhecida popularmente como Largo do Rosário.
No prédio onde se estabeleceu a Fábrica Paulista de Roupas Brancas, existiu anteriormente a sucursal do jornal Estado de São Paulo, que pertencia ao amigo Júlio de Mesquita.
Com a aquisição daquela fábrica, o Sr. Salim Amin mudou o nome da propriedade para Camisaria Amin.
Na Camisaria Amin vendia-se de tudo um pouco: armarinhos, sabonetes, perfumes, chapéus da Cury, além é claro de roupas masculinas. Os sabonetes eram os chamarizes, vendidos a preço de custo para atrair os compradores.
O Sr. Salim Amin era uma pessoa elegante e educada, sempre cumprimentava as pessoas com um sorriso. Com muita coragem, honestidade e determinação, Salim trabalhava de sol a sol, e tinha uma inteligência ímpar.
A família morava no segundo andar da loja, e Amin costumava ajudar os libaneses que chegavam à Campinas, desde a época em que era proprietário da Fazenda Santo Antônio, na qual ele hospedava os imigrantes e dava condições para que começassem suas vidas no novo país.
Ele também foi um hábil homem de negócios, tanto que ajudou no investimentos de muitos empresários, como Miguel Vicente Cury, para o qual Salim contribuiu nos investimentos da Fábrica de Chapéus Cury, durante a Segunda Guerra Mundial.
Salim foi investidor cotista em grande escala do Banco Cidade de Campinas, que tinha Frederico Borghi no negócio.
O Sr. Salim Amin foi mascate, fazendeiro, comerciante e banqueiro. Construiu uma linda história de vida. Ele faleceu no dia 17 de outubro de 1941.
Após a morte de Salim, a Camisaria Amin foi administrada por seus três filhos: Alberto, Emílio e Azis Amin. Eles desempenharam as atividades de comerciantes e industriais.
Alberto e Emílio estudaram em São Paulo, em um colégio sírio. Azis realizou seus primeiros estudos na escola Francisco Glicério. Depois, estudou no Colégio São Luiz. Alberto Amin também estudou no Colégio São Luiz e foi orador da turma.
No dia 1 de fevereiro de 1976, Marianna Gomes, cujo nome verdadeiro era Leonilda, faleceu aos 82 anos, em Campinas, e foi sepultada no Cemitério de Saudade.
A Camisaria Amin existiu até o final da década de 1950, quando foi comprada pelo sírio Elias Abdala Set El Banate, pai de Abdo Set El Banate.
Na década de 1950, os irmãos Amin foram proprietários da loja de tecidos A Indiana, na Rua José Paulino, 1060, que funcionou até 1967.
Os irmãos Amin também foram proprietários da Fábrica de Meias Amin, na década de 1950, situada na Rua Bueno de Miranda, 429, na Vila Industrial.
Com o fim destes negócios, cada um dos irmãos seguiu com seus projetos e aptidões.
Emílio continuou a atividade comercial e fundou a Emílio Confecções, em 1970, na Rua José Paulino, com o filho dele Emílio Amin Júnior. O negócio existiu até 1984.
Alberto passou a trabalhar em São Paulo com uma fábrica de blusas chamada Francis. Ele também foi proprietário da Indústria Têxtil Campinas, a Meias Reizinho, na Rua Arnaldo de Carvalho, 636, no bairro Bonfim.
Azis Amin também foi proprietário da Tecidos Colorado, na Rua José de Alencar, a qual esteve em atividade entre 1967 e 1985.
🌷 IN MEMORIAN
O Dr. José Antônio de Faria Amin nasceu no dia 16 de abril de 1966, em Campinas. Era filho de Azis Amin e da Sra. Áurea Amin, neto de Salim Amin, comerciante, fazendeiro e banqueiro.
Estudou no Colégio Sagrado Coração de Jesus. Formou-se em Arquitetura pela PUC e em Direito, pela Universidade São Francisco, em Bragança Paulista.
No curso de Direito, teve brilhante professores como Júlio Mariano e Milton Segurato, o qual lhe dedicou sua tese sobre os erros cometidos no julgamento de Jesus Cristo.
O Dr. José Antônio até o fim de sua vida foi leal e comprometido com sua formação. Quando já estava doente, passando por quimioterapia e internado em um hospital em São Paulo, mesmo remotamente fez questão de participar de uma audiência pela 4° vara criminal de Campinas, e justificou sua decisão:
"Eu fiz um juramento quando me formei, e vou honrá-lo até o último dia de minha vida. Não sei se viverei muito tempo, mas enquanto estiver na Terra, vou honrar meu juramento!"
O Dr. José Antônio da Faria Amin seguiu todo legado deixado pelo avô dele, Salim Amin, pelo pai dele, Azis Amin, e honrou a história da família desde seu nascimento até seu último dia de vida.
Ele faleceu no dia 29 de setembro de 2020, em São Paulo.
A construção onde foi fundada a Camisaria Amin existe até hoje e é um patrimônio histórico da cidade de Campinas.
✍️ ALEXANDRE CAMPANHOLA
Campinas, meu amor 🇧🇷❤️
#campinas250anos
Fonte:
🔍📸 INFORMAÇÕES SOBRE A HISTÓRIA DA CAMISARIA AMIN E SOBRE A FAMILIA AMIN
🌹Ana Maria de Faria Amin, filha de Azis Amin
🌹Antônio Carlos Amin, filho de Alberto Amin
🌹José Carlos Amin, filho de Emílio Amin
🔍 INFORMAÇÕES SOBRE O DR. JOSÉ ANTÔNIO DE FARIA AMIN
🌹Ana Maria de Faria Amin, filha de Azis Amin
🌹José Victor Amin , filho de Dr José Antônio Amin, neto de Áurea Amin, Azis Amin. Bisneto do Salim Amin.
🔍 INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES https://campinasnostalgica.wordpress.com/2015/11/
🔍 https://ancestors.familysearch.org/pt/L1SS-DCH/marianna-gomes-1893-1976
🔍📸 https://vespeiro.com/tag/familia-mesquita/
📸 Contadores de 1934 do Colégio São Luiz
Concedida por Lucas Camargo
📸 http://www.museumusical.com/2016/04/campinas-de-ontem-barao-de-jaguara.html?m=1