A partir de hoje, publicarei uma série de cinco textos que narraram a história da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro no território campineiro. Não se trata de um trabalho acadêmico e com profunda pesquisa, mas uma elaboração dedicada a resgatar as principais etapas da ascensão desta empresa ferroviária, sua importância para a economia da época e para o crescimento da cidade de Campinas. Ressalto que todas as informações contidas neste trabalho foram obtidas de diversos textos presentes na Internet, sempre averiguados minuciosamente para que a verdade dos fatos seja evidente nesta narração.
Espero com este trabalho, coloborar para apresentar àqueles que se interessam pela história campineira os principais acontecimentos que marcaram a existência desta companhia.
A PRODUÇÃO CAFEEIRA EM CAMPINAS
No
solo fecundo constituído de terra roxa, na Campinas de 1872, o café exerce sua
soberania como principal alicerce da economia do município, sendo no país, o
ouro negro tão apreciado.
Campinas
é o município mais rico e fecundo da província de São Paulo. Sua maior riqueza,
o café, floresceu no município de Jundiaí, no século XVIII, quando Campinas
fazia parte deste município, e foi cultivado pelo sargento-mor Raymundo Álvares
dos Santos Prado no quintal de sua casa. Acredita-se que a maior parte das sementes
e mudas que constituem os cafezeiros de Campinas, foram provenientes da
plantação deste sargento-mor.
Antônio Francisco de Andrade foi o
primeiro, em sua chácara, a fazer uma pequena plantação de cafezeiros em 1807
ou 1809. Ele residia na Rua do Rosário, atual Avenida Francisco Glicério,
esquina da Barreto Leme. Era em frente a sua casa que o café era estendido
durante sua concepção para depois ser socado em pilões.
A ideia de uma atividade comercial do
café teve início por influência de Francisco de Paula Camargo que, durante uma
visita ao Rio de Janeiro, por ocasião dos festejos realizados por causa do
casamento de Dom Pedro, que mais tarde se tornaria imperador do Brasil, viu o
vantajoso comércio do café, e de volta à Campinas, resolveu plantar para vender
o produto. Contudo, ele fracassou por desconhecer a técnica de cultivo do café.

Após este êxito, a cultura do café
expandiu-se em Campinas nas mãos de homens como o patriota cirurgião-mor Álvares Machado, que cultivou o café em
suas instâncias, José de Souza Campos e
Bernardo José de Sampaio, em 1835 aproximadamente, os quais tiraram excelentes
resultados com o produto, estimulando outros produtores a abandonar a cultura
de cana-de-açúcar, e dedicarem-se ao produto que possibilitou o florescimento
do município campineiro.
Imagem: Francisco Álvares Machado
A
sociedade campineira de 1872 é formada por elementos concentrados no centro rural,
onde atuam nas fazendas de café e na crescente área urbana, muitos trabalhando
nas indústrias que chegam à cidade. Campinas conta com mais de 13 mil
habitantes. As famílias aristocráticas
constituem a classe de maior status, apresentando em seu padrão de vida elevado
a condição de desfrutar de uma educação e cultura de primeiro nível. Esta
classe frequenta colégios como o Culto à
Ciência, leem livros de consagrados autores estrangeiros, frequentam
importantes Teatros como o São Carlos, onde Carlos Gomes se apresenta, além de estarem presentes em inúmeras
sociedades recreativas e culturais.
Imagem: Teatro São Carlos

Imagens: Geraldo Ribeiro de Souza de Rezende (Barão Geraldo), a esquerda, e João Ataliba Nogueira (Barão de Ataliba Nogueira), a direita.

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