domingo, 23 de fevereiro de 2014

ATRÁS DO TERMINAL CENTRAL - Crônica de Campinas

 
 
 





Despreocupados com a vida, aquele grupo de homens debatiam sobre assuntos fúteis, que contribuíam apenas com a passagem do tempo. Encostados nas paredes que delimitavam o terminal de ônibus, a aparência decadente deles misturava-se com as figuras descomunais destacadas no grafite colorido. Eles não se importavam com o fétido cheiro de urina vindo das calçadas; não se importavam de estar em meio a folhas de alface derrubadas no chão, que aos poucos murchavam. Nem com o movimento constante dos carregadores que abasteciam o comércio do interior do terminal. Ainda assim, esquecidos e tentando esquecer a realidade impiedosa, de vez em quando aparecia uma viatura para espalhá-los dali, detrás do terminal, como se espalha pombos no meio da praça.




Crônicas de Campinas

Alexandre Campanhola


 

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