sábado, 29 de junho de 2013

NO CAMBUÍ - Crônica





O que pensava o pobre mendigo divagando pelas calçadas limpas e bem cuidadas da rua Maria monteiro, no Cambuí? O que pensava... invisível e sufocado pelos luxuosos edifícios residenciais que sombreavam sua miséria? Observado pelos vendedores elegantes das boutiques e pelos seguranças carrancudos das lojas de artigos de decoração? Sendo o mau-exemplo fotografado pelos smartphones das crianças ricas; sendo o exemplo de como a vida aplica seu castigo? O que ele pensava, tropeçando nas próprias pernas, silenciado pelo ronco das Mercedes, aspirando o delicioso perfume vindo dos café`s?
“ O jeito é ir tomar uma na Saldanha Marinho para me encontrar!”

 


 

Crônicas de Campinas
Alexandre Campanhola


sábado, 22 de junho de 2013

RUA ÁLVARO MILLER, EM CAMPINAS


Continuando o trabalho que foi realizado no ano passado em meu outro blog "Um poeta", farei uma breve biografia sobre os personagens que dão nome às ruas e avenidas do centro de Campinas e, em cada postagem, uma personalidade será homenageada. Agora, destacarei as ruas dos bairros próximos do centro como Cambuí, Botafogo, Vila Itapura e Guanabara, pois certamente você já passou por alguma rua destes bairros indo para o centro, e se questionou ao ver o nome da rua ou avenida: "Quem foi esta pessoa?"

 
QUEM FOI ÁLVARO MILLER?
 
 
 
 
 
Abílio Álvaro Miller nasceu em Rio Grande no Rio Grande do Sul, em 1872.
 
 Foi poeta, ensaísta, jornalista, advogado, professor, membro do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas.
 
 Atuando como professor, lecionou História Geral. Também foi professor de psicologia e lógica no colégio “Culto à Ciência”, em 1907.
 
 Formado em Direito, exercia também a profissão de advogado.
 
 
Em 1927, foi orador da Associação Campineira de Imprensa.

 Publicou importantes críticas no jornal “Comércio de Campinas” sobre a arte de Lasar Segall, como a de 1913, quando Álvaro Miller denominou o pintor de “Um pintor das almas”.
 
 Publicou um livro, Sonho de Outono, em 1927, uma peça de teatro em verso.
 
 Álvaro Miller faleceu em Campinas, no dia 30 de dezembro de 1928.
 
 
* Devido a pronúncia do sobrenome Muller ser Miller, a maioria dos artigos, como este, adota esta forma de grafia.
 
 
 
 






 

A Rua Álvaro Miller tem seu início na Rua Rafael Sampaio e estende-se até a Rua José Paulino, na Vila Itapura. Nela concentram-se muitos edifícios residenciais e estabelecimentos comerciais.
 

 
 
 
Fontes:
 
 

sábado, 15 de junho de 2013

A PRAÇA GUILHERME DE ALMEIDA, EM CAMPINAS (Crônica)

 

PRAÇA GUILHERME DE ALMEIDA

 

 

A Praça Guilherme de Almeida é o ponto de encontro dos elementos que configuram a classe social campineira de menor status social. É onde estão presentes elementos assalariados de humilde condição financeira, elementos afetados pelo desemprego e pela mendicância.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não é uma praça ideal na busca de sossego e tranquilidade, aspectos esperados em uma praça, não apenas por causa da movimentação intensa de veículos nas Avenidas Francisco Glicério e Campos Salles e da Rua General Osório, mas também por ser esta praça um ponto de grande tráfego e concentração humana. É um local de reunião populacional numerosa.
 
 
 


 
 
 
 
Nesta praça esteve em atividade por muito tempo um importante orgão das decisões jurídicas de campinas, o "Palácio da Justiça", o qual também é uma referência no centro de campinas. Por irônia, na Praça Guilherme de Almeida, hoje em dia, encontram-se dezenas de injustiçados pela justiça da vida.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Provavelmente, a presença do "Palácio de Justiça" e dos ilustres doutores do Direito, atraiu ao longo do tempo os engraxates de Campinas, e hoje os bancos dos engraxates, que já garantiram o brilho de muitos sapatos luxuosos, destacam-se por envolverem a Praça Guilherme de Almeida e pelo caráter propagandista de sua estrutura. A presença dos taxistas também fortalece a importância que possuía o prédio da justiça.
 
 
 
 




Na praça onde se encontra um palácio que durante muito tempo cuidou da justiça campineira, não poderia haver melhor guardião que um homem que se formou em Direito, que participou da Revolução Constitucionalista de 1932, em São Paulo e que, foi considerado o "Príncipe dos Poetas Brasileiros".
O busto do poeta Guilherme de Alemida, ilustre campineiro, mistura-se à massa popular que se aglomera nesta praça e observa eternamente a evolução das relações e condições humanas.





 
 
 
 
Esta é a Praça Guilherme de Almeida, um espaço à sombra do Palácio da Justiça onde trabalhadores transitam, onde mendigos escondem-se em seus cobertores rotos, onde o doutor engraxa seu sapato italiano, o religioso prega, o charlatão reúne pessoas para aplicar seu golpe, o desempregado senta-se no banco e examina os classificados do jornal...enfim, um espaço popular onde o povo mostra sua cara.












sábado, 8 de junho de 2013

O BUSTO DO PADRE ANCHIETA, EM CAMPINAS




José de Anchieta nasceu na ilha de Tenerife, no arquipélago das Canárias, na Espanha, em 19 de março de 1534.

Foi um padre jesuíta espanhol que atuou na catequização,  na defesa dos índios e evangelização no Brasil colonial, durante a segunda metade do século XVI. Foi também teatrólogo, historiador e poeta.

Estudou filosofia numa escola anexa à Universidade de Coimbra, em Portugal, sendo aceito em 1551, como noviço, na Companhia de Jesus, fundado por Inácio de Loyola.

Aos 19 anos, ingressou na missão que viria ao Brasil acompanhado por Duarte da Costa. Em 1554, chegou à São Vicente, onde teve os primeiros contatos com os índios.
 
 

Junto com o jesuíta Manoel da Nóbrega, fundou,em 25 de janeiro de 1554, um acanhado colégio onde rezaram uma missa na região denominada pelos índios de Piratininga, ao longo do Rio Tiête. O colégio fundado foi um embrião da cidade de São Paulo.

Também dirigiu os colégios dos jesuítas do Rio de Janeiro e de Vitória-ES.

Lutou conta os franceses estabelecidos na França Antártica, na baía do Guanabara, junto com Estácio de Sá, fundador da cidade do Rio de Janeiro.


O padre Anchieta morreu na cidade de Reritiba, a qual fundou em 1569, atual Anchieta, no Espírito Santo, em 9 de junho de 1597. Foi beatificado pelo papa João Paulo II em 22 de junho de 1980.

 
 
 

 
 
O busto do padre Anchieta está situado na calçada do colégio Carlos Gomes e no início da Avenida Anchieta em Campinas, próximo à praça Carlos Gomes.
Também em Campinas, o padre é homenageado dando o nome a um bairro, a Vila Padre Anchieta.
 
 
 
 
 
Fontes:
 

sábado, 1 de junho de 2013

POEMA DEDICADO À BIBLIOTECA "PROFESSOR ERNESTO MANOEL ZINK", EM CAMPINAS




No silencioso bosque onde a cultura

Seus rebentos lança às curiosas mentes,

O passado e o futuro combinados,

Erguem o sol da aurora criativa.

 

Correm nobres ares neste recanto,

A primavera desprende seus perfumes!

Nos corredores de árvores diversas

Que glorioso é respirar as crenças.

 

Quem neste fértil chão com seus pés sente

O quanto são firmes estas raízes,

Também sólido será em seus passos,

Em seu florescer para novos planos.

 

As infantis presenças tão bisonhas

Querendo desbravar os horizontes;

A mocidade semeando os sonhos,

A maturidade em sua colheita...

 
 
 
 
 

A velhice ávida por saber mais,

Rega esse bosque de verdes caminhos;

Cultiva os ramos da estival esp`rança

Que sempre alentará as gerações.

 

Foi aqui neste espaço de lampejos,

Da fantasia nesta áurea morada,

Que aquele mancebo pulcro de outrora

Suas melhores horas engendrou.

 

Filho das quiméricas emoções

Sua paixão maior era sonhar;

Ante às estantes cheias quais pomares

Seus frutos preferidos escolher.

 

Alentando seu espírito ingênuo,

Daquelas folhas velhas e amarelas

Absorveu o sumo mais saboroso,

O conhecimento que nutri os homens.

 
 
 
Silencioso como um plácido monge,

Sentado sob a sombra do saber,

Nunca mais, cego, ele se perderia

Na escuridão dos dúbios pensamentos.

 

Habitante deste bosque sublime,

Ele crescia em meio àquela dádiva

De carregar em seus vindoiros anos

Da sabedoria a lanterna altiva.

 

De ver surgir as estações dos livros

Que o moldaram tenro, morigerado...

De ser grandioso nessa passagem

Do viver decorada de surpresas.

 

De seu saudoso culto a semente

Inda resta nestas terras sagradas;

Foi no seio fecundo desse templo

   Que ele plantou seu jovem coração.







A Biblioteca Municipal de Campinas "Professor Ernesto Manoel Zink" fica na Avenida Benjamin Constant, atrás da prefeitura municipal de Campinas.


Poema de Alexandre Campanhola