A história da fábrica Pastifício Selmi começou em 1887, quando o imigrante italiano Adolpho Selmi desembarcou no porto de Santos-SP, e fundou uma pequena fábrica de macarrão em Campinas, a fim de difundir a tradição gastronômica de seu país. Essa primeira fábrica chamava-se Fábrica de Massas Adolpho Selmi. No início a produção era pequena, comercializada pelas ruas da cidade e os clientes eram os conterrâneos de Adolpho.
No final do século XIX, Adolpho Selmi associou-se com
Hugo Gallo, e deu sequência ao seu empreedimento. O sobrenome do sócio, Gallo,
tornar-se-ia uma marca reconhecida nacionalmente.
Na fábrica de Selmi e Gallo, o preparo das massas era
feito na prensa manual. Posteriormente, elas passaram a ser produzidas por
marombas e também por tração animal. Anos depois, a produção começou a ser
feita por meio de uma grande caldeira que alimentava um locomóvel, uma máquina
a vapor usada para movimentar cargas pesadas.
Em 1911, chegou a Campinas as instalações elétricas,
facilitando o desenvolvimento das indústrias da região. A Selmi pôde com essa
novidade importar da Itália as massadeiras elétricas, tornando seu processo
mais produtivo.
Dez anos mais tarde, Adolpho Selmi, em 1921, adotou
definitivamente Campinas como seu novo lar, e encerrou seus negócios na Itália.
Ele reassumiu definitivamente a direção de sua fábrica, ao lado de seus filhos
mais velhos e do seu primogênito, comendador Aladino, que conduziu o pastifício
nos períodos de ausência do pai.
Nessa época, o macarrão Galo já era muito prestigiado e o
preferido dos imigrantes italianos que chegavam continuamente no Brasil.
Aladino Selmi profissionalizou-se em contabilidade em uma
época em que as condições favoreciam o crescimento do empreendimento da
família.
Em 1931, a fábrica mudou-se para a Rua Francisco Teodoro,
na Vila Indústria. Três anos depois, o primeiro macarrão de sêmola foi lançado
por Selmi.
Em 1939, novas máquinas foram importadas da Itália para
aprimorar a produção que se expandia, e a Selmi alcançava e se consolidava no
mercado regional. Aladino Selmi fortalecia-se economicamente, e ao adquirir a
parte do pai e dos irmãos no negócio, tornou-se proprietário da empresa em
sociedade com seu filho Renato Selmi, que aos 18 anos já conhecia todo o
processo de fabricação, devido ao antigo cargo de auxiliar de produção.
Pastifício Selmi S/A. Esta foi a nova razão social que a
empresa fundada por Adolpho Selmi adquiriu em 1956. Com seu filho Aladino no
comando, houve naquela década investimentos em uma nova planta, projetada para
abrigar a produção, a administração e um moinho.
Já em 1962, Aladino Selmi fundou o Banco Cidade de
Campinas e, através da venda de ações, comprou um moinho para beneficiar os
grãos de trigo. Neste ano, como resultado dos investimentos, da maior agilidade
e qualidade da produção dos anos anteriores, a empresa inaugurou sua nova sede
na Avenida Mirandópolis,Vila Pompéia, e com a aquisição do moinho, produzia toda a farinha
necessária para a obtenção das massas.
Ainda na década de 60, o Pastifício Selmi S/A inaugurou
uma nova unidade fabril em Londrina- PR, visando ao mercado da região sul. A
unidade era especializada na fabricação de massas como espaguete, ninho, pena e
outros cortes.
Na década de 70, Renato Selmi escolheu o nome de sua
filha para nomear a farinha de trigo lançada pela Selmi. Surgiu assim a marca
Renata.
Um pouco antes, a empresa foi considerada pelo então
Ministro da Indústria e Comércio Ulysses Guimarães como uma empresa de primeira
linha no país.
Já na Itália, na cidade de Pistoia, na Toscana, o
Pastifício Selmi recebeu medalha de ouro e diploma de honra ao mérito em uma
exposição internacional.
Na década de 80, a empresa continuou sua expansão e já
atuava em mercados como de São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, além do
sul e do interior de São Paulo. Ainda nesta década, o Pastifício Selmi foi
premiado internacionalmente pela excelência de seus produtos. O prêmio recebido
foi o XXII Prêmio Internacional de Alimentos e Bebidas, em Dusseldorf, na
Alemanha.
Nos anos 90, O Pastifício Selmi tornou-se pioneiro na fabricação de macarrão de grano duro no país. O Grupo Selmi fazia ainda grandes investimentos nas unidades de Campinas e Londrina, para enfrentar um mercado cada vez mais competitivo, e no final da década, a empresa após torna-se a primeira lugar em vendas de massas no Brasil, inaugurou o complexo fabril de Sumaré, que nove anos depois abrigou a nova fábrica de biscoitos. Nesta unidade teve início a fabricação do bolo pronto Renata e do bolinho em porção individual.
No ano 2000, o Grupo Selmi passou a funcionar integralmente
em Sumaré e segue até hoje com sua história de sucesso e dedicação aos seus
objetivos.
Atualmente, no endereço onde situava a fábrica da Pastifício Selmi em Campinas, encontra-se uma unidade do Paguemenos, na Vila Pompéia.
Fonte:
ALEXANDRE CAMPANHOLA