sábado, 7 de setembro de 2013

SERTÃO CAMPINEIRO - Crônica


 
 
 
Instalado em um quarto de pensão, na Rua doutor Mascarenhas, ainda permanecia distraindo seus pensamentos noturnos as lembranças da lavoura escassa que se estendia no sertão. Agora, a tranquilidade das estradas nordestinas, onde o gado magro perambulava, foi substituída por uma rua movimentada, cujo trânsito escandaloso ele expiava da janela. Na obra, quando comentava que residia no centro da cidade, todos o invejavam; achavam muita soberba sua condição. Mas, ele nunca encontrou a vantagem que acentuavam. Os hospitais eram caros! As lanchonetes eram caras! A passagem de ônibus para ir no Taquaral aos domingos era cara! Até as prostitutas feias da Saldanha Marinho eram caras! Com o salário que ganhava na empreiteira, ainda se sentia no sertão vazio.



 


 
 
 
 


Crônicas de Campinas

Alexandre Campanhola


 

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