domingo, 6 de abril de 2014

O PORTUGUÊS - Crônica de Campinas







Quando soube que a seleção portuguesa de futebol escolheu Campinas para treinar nos dias que antecederão a Copa do Mundo, poderia ter pensado em qualquer cantinho desta cidade paulista que homenageia o país português. Pensado no tradicional hospital Beneficência portuguesa, na praça Luís de Camões e no busto que representa o grande poeta português. Pensado na Rua Lusitana, na Rua Alexandre Herculano e na Almeida Garrett, nomes que também fazem lembrar Portugal. Até mesmo na Casa de Portugal, na Rua Ferreira Penteado. Mas, curiosamente, lembrei-me da infância quando residia no Jardim Eulina com minha família, em uma casa alugada, cujo proprietário era um português. A casa era defronte ao bar do mesmo e aos meus sete anos de idade, acostumei-me a conviver com seu sotaque lusitano e com o movimento daquele estabelecimento, onde meu avô estava sempre presente, na época em que trabalhava de vendedor de sorvete. O Português era muito rico. Moramos em três casas de sua propriedade, a última na Rua Marechal Rondon. Temperamental, era engraçado vê-lo discutir com os bêbados que o importunavam. Se estivesse vivo, certamente sua voz forte esparramar-se-ia pelo interior daquele bar nos jogos da seleção portuguesa.




ALEXANDRE CAMPANHOLA
 

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