domingo, 9 de novembro de 2014

GUARANI, O CAMPEÃO BRASILEIRO DE 1978 - Parte final







No dia 27 de julho de 1978, o Guarani foi ao estado do Pernambuco, no estádio do Arruda, para seu primeiro jogo nas quartas de final do campeonato brasileiro contra o Sport Recife. Desfalcado do artilheiro Careca, substituído pelo também jovem Adriano e sem o ponta-esquerda Bozó, substituído por Macedo, o Guarani marcou seu primeiro gol aos dezenove minutos do primeiro tempo com o meia Zenon, e fechou o placar aos trinta minutos do segundo tempo com o gol de Capitão. A vitória fora de casa permitiu que o bugre voltasse a enfrentar o Sport em Campinas não só com uma boa vantagem, mas com a tranquilidade de uma equipe que estava preparada para chegar a semifinal.
















  


Zenon de Souza Farias, o meia armador Zenon nasceu em Tubarão, Santa Catarina, no dia 31 de março de 1954. Grande maestro do bugre em 1978, ele começou sua carreira jogando pelo Avaí de Florianópolis. Chegou ao Guarani em 1976 e depois jogou na Arábia Saudita, e ao voltar ao Brasil, ganhou mais títulos jogando pelo Corinthians e pelo Atlético Mineiro. Em 1989, voltou ao Guarani e jogou ainda, na Portuguesa, São Bento e Grêmio Maringá. Atualmente mora em Campinas e é comentarista esportivo.









O MEIA ZENON ATUALMENTE



No jogo de volta pelas quarta de final, o Guarani recebeu o Sport no estádio Brinco de Ouro da Princesa e fez uma excelente partida sem permitir qualquer reação dos pernambucanos. Neste jogo a principal ausência foi o zagueiro Gomes. Careca voltou ao ataque, mas não balançou a rede. Aos dez minutos do primeiro tempo, o lateral esquerdo Miranda abriu o placar. O segundo gol aconteceu aos cinco minutos do segundo tempo e o autor foi o ponta direita Capitão. Aos dezesseis minutos do segundo tempo, Capitão fez o terceiro do bugre e seu sexto gol no campeonato. Quem concluiu a goleada foi excelente ponta de lança Renato. Com esta vitória, o Guarani dava mais um passo rumo ao título chegando a semifinal do campeonato brasileiro de 1978, e enfrentaria nesta fase o time do Vasco da Gama novamente.




 

Nascido na cidade de Regente Feijó-SP, em 11 de julho de 1952, Rodolfo Carlos de Lima, o ponta direita Capitão, veio do XV de Piracicaba, embora antes tenha jogado no Vasco da Gama e no Santos. Após sua brilhante passagem pelo Guarani, ele foi para o Atlético Paranaense, trocado pelo lateral esquerdo Zé Mário. Jogou em outros times, como o Palmeiras e o Marília. Hoje mora em Ribeirão Preto e é empresário de futebol. Em 1993, chegou a ser treinador do bugre em alguns jogos.













 

O PONTA DIREITA CAPITÃO ATUALMENTE




O primeiro jogo do Guarani na semifinal do brasileiro de 1978 foi contra o Vasco da Gama no estádio Brinco de Ouro da Princesa. Neste jogo, o zagueiro Edson foi expulso, assim como o defensor Fernando da equipe adversária. Aos três minutos do segundo tempo, o lateral vascaíno Orlando abriu o placar para o bugre ao fazer um gol contra. Renato fez o segundo gol aos trinta e seis minutos da etapa final, concretizando a vitória bugrina . Roberto Dinamite, ídolo vascaíno, não jogou neste jogo.











No segundo jogo da semifinal, o Guarani foi ao Maracanã no dia 06 de agosto de 1978, em um dia de domingo, para enfrentar o Vasco da Gama novamente fortalecido com a presença de Roberto Dinamite e com o artilheiro do campeonato Paulinho. O zagueiro Alexandre substituiu Edson e no decorrer da partida, Macedo e Adriano entraram na equipe. O primeiro gol do jogo foi marcado por Zenon aos sete minutos do primeiro tempo, aumentando a vantagem do bugre. Quando o meia armador marcou o segundo gol bugrino aos vinte cinco minutos do segundo tempo, a expectativa de estar na final ficou mais forte no coração da torcida. O gol do meia Dirceu para a equipe vascaína não foi suficiente para estabelecer uma reação. O bugre estava na final do brasileiro daquele ano.









Luiz Augusto de Aguiar, o ponta esquerda Bozó, nasceu no dia 11 de julho de 1952, em São Paulo. Revelado pelo São Bento de Sorocaba, passou por Atlético Mineiro, Santos e Noroeste, que o emprestou ao bugre para a Copa Brasil. Muito aplicado taticamente na função de marcação, ele foi um dos destaques do bugre em 1978. Depois da passagem pelo Guarani, Bozó jogou em clubes como a Ferroviária de Araraquara, o Sport de Pernambuco e o Corinthians. Atualmente, mora em Curitiba-PR, onde é comerciante.




 






O PONTA ESQUERDA BOZÓ ATUALMENTE







O adversário do Guarani na final do Campeonato Brasileiro de 1978 foi o Palmeiras que contava com grandes jogadores como o goleiro Emerson Leão, Jorge Mendonça e Nei. O primeiro jogo da final aconteceu no estádio do Morumbi, no dia 10 de agosto de 1978. Neste jogo o goleiro Leão foi expulso aos vinte e cinco minutos do segundo tempo ao dar uma cabeçada em Careca dentro da área, o que ocasionou a marcação de um pênalti convertido pelo meia Zenon aos trinta e um minutos. Quem tentou defender o pênalti foi o ponta de lança Escurinho, que substituiu Leão no gol, pois o Palmeiras já havia feito as duas substituições permitidas na época. A partida teve como árbitro Arnaldo César Coelho e um público de mais de cem mil pessoas.




Antônio de Oliveira Filho, o centroavante Careca, nasceu em Araraquara, no dia 05 de outubro de 1960. Foi revelado pelo Guarani e em 1978 foi o artilheiro da equipe com treze gols na campanha do título nacional. Além do bugre, jogou no São Paulo, no Napoli da Itália, no Kashima Reysol do Japão, e de volta ao Brasil, jogou no Santos e no São José-RJ. Jogou pela seleção brasileira nas copas de 1986 e 1990.














O CENTROAVANTE CARECA ATUALMENTE


















No dia 13 de agosto de 1978, um domingo que comemorava o dia dos pais, a torcida bugrina chegou cedo ao estádio Brinco de Ouro da Princesa para presenciar aquele que seria um jogo histórico para o Guarani de Campinas. O dia amanheceu frio, nublado e ventando, mas sem chuva. Por volta do meia dia, o estádio já estava cheio. O Guarani entrou em campo todo de branco, pois era o mandante do jogo, que de acordo com o regulamento da época, tinha que usar seu segundo uniforme. Na entrada em campo, o jogadores contornaram o gol de entrada do estádio por recomendação do caboclo Guaratã. Uma faixa na torcida dizia: “Verde é Guarani, o resto é poluição.”


 








O Guarani entrou em campo com esta escalação: Neneca; Mauro, Gomes, Edson e Miranda; Zé Carlos, Manguinha e Renato; Capitão, Careca e Bozó. 




 O público do estádio foi mais de vinte de sete mil pessoas e quem apitou a partida foi José Roberto Wright.

Depois de terem sido zombados no Rio Grande do Sul, intimidados no Rio de Janeiro pelo Vasco da Gama e desacreditados pelos palmeirenses no Morumbi, os quais já se proclamavam campeões e perderam a primeira partida, os jogadores bugrinos começaram o jogo exercendo o domínio em campo. O armador Zenon estava ausente, pois cumpria suspensão automática, e foi substituído por Manguinha, que teve um desempenho muito eficiente na marcação. O volante Zé Carlos foi um técnico dentro das quatro linhas durante toda a campanha consagradora e um “gladiador” naquela final, suando a camisa e dividindo todas as bolas. O jovem goleiro Gilmar, que substituía Leão no lado do Palmeiras, foi uma grande revelação fechando o gol e evitando uma goleada. Renato correu como nunca nesta partida. Ajudou a defesa e teve importantes arrancadas para o ataque.





O sonho do título bugrino começou a se tornar realidade aos 36 minutos do primeiro tempo. Após um lançamento ainda de sua área do goleiro Neneca, a bola sobrou na área do Palmeiras com o zagueiro Beto Fuscão, que perdeu a bola para o centroavante Careca, o qual com um leve toque colocou o ponta esquerda Bozó no lance. Este, ao receber a bola no começo da grande área, avançou e chutou para o gol para a defesa parcial do goleiro Gilmar. A revelação de 17 anos do bugre, o atacante Careca, pegou o rebote do goleiro um pouco a frente da entrada da grande área e chutou no canto direito de Gilmar que não alcanço a bola. Era o gol do bugre, o gol do título do campeonato brasileiro de 1978.


















A torcida explodiu de emoção, balançando suas bandeiras e acreditando plenamente que era hora de comemorar aquele feito histórico do Guarani. Quando o árbitro apitou o final do jogo, a comemoração consolidou-se. No vestiário, os jogadores festejavam e o presidente do clube, Ricardo Chuffi participou da festa, levantando a taça, assim como o capitão Edson.
























O dia seguinte, em uma segunda-feira do dia 14 de agosto, foi um meio feriado em Campinas. Muitas escolas não tiveram aulas e o centro parou novamente porque os jogadores do Guarani foram à agência da Caderneta da Poupança Continental, na Rua Barão de Jaguara, para distribuição de autógrafos, atraindo uma multidão incalculável de pessoas. Carlos Alberto Silva, que completava trinta e nove anos, jamais poderia imaginar que, na véspera, teria tal presente. A festa continuou por toda semana, até a manhã do domingo seguinte, quando houve distribuição gratuita de chope aos torcedores em frente ao Brinco de Ouro da Princesa. A entrega das faixas pela conquista do campeonato brasileiro de 1978 aconteceu no ano seguinte, em uma partida disputado pelo campeonato paulista contra o Botafogo de Ribeirão Preto. Além do título, o bugre teve outras premiações. Neneca ganhou o prêmio do goleiro menos vazado; Zenon foi escolhido o craque do campeonato e Carlos Alberto Silva, o melhor treinador. Zenon e Careca foram os artilheiros do time com treze gols.








 Fontes:


http://imortaisdofutebol.com/2013/12/11/esquadrao-imortal-guarani-1978/

http://guaranifc.com.br/site/1978-a-festa-da-torcida-continuou-nos-dias-seguintes/

http://www.flogao.com.br/hsg/21214510



Nenhum comentário:

Postar um comentário