domingo, 18 de maio de 2014

MEU CAMINHO - Crônicas de Campinas




 Durante algum tempo, naquela adolescência sonhadora e obstinada, com a firmeza de um coração de estudante, eu segui meu caminho. Eu descia do ônibus coletivo sempre por volta de meio-dia e meia no Terminal Mercado, e atravessava a Avenida Benjamin Constant sob o sol campineiro.







Passava defronte ao Mercadão. Aspirava o aroma característico dos peixes frescos e observava os pombos descansarem sobre o velho telhado. Adentrava cauteloso o túnel que dava acesso à curiosa praça “Ópera a Noite no Castelo”, sentindo o cheiro forte de urina e de olho nos mendigos que me estendiam as mãos. Após sair do túnel e cruzar a Rua Marechal Deodoro, estava defronte àquele boteco, onde certa vez comi uma coxinha.







Seguia pela Rua Falcão Filho, atento às janelas vivas dos prédios residenciais. Quando chegava à Rua Hércules Florence e atravessava-a, sempre me via diante daquele prédio em construção, que até hoje não foi inaugurado.






Caminhava tranquilamente pela calçada, passando em frente ao ginásio Alberto Krum e ao busto do professor Aníbal Freitas, até chegar à Rua Culto à Ciência e ao histórico colégio, onde cursava o Ensino Médio.







Nunca esquecerei o meu caminho e os sonhos que plantei em cada passo.







 


Crônicas de Campinas

Alexandre Campanhola

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