QUEM FOI O DOUTOR EMÍLIO RIBAS?
Emílio
Marcondes Ribas nasceu em Pindamonhangaba, em 11 de abril de 1862. Era filho de
Cândido Marcondes Ribas e Andradina Marcondes Machado Ribas.
Fez os estudos primários e secundários em sua
cidade natal. Mudou-se depois para o Rio de Janeiro, onde cursou a Faculdade de
Medicina da Universidade do Brasil. Formou-se com mérito em 1887, com a tese
Morte aparente para recém-nascidos.
Começou
sua vida profissional como clínico geral. Casou-se com Maria Carolina Bulcão
Ribas e foi morar no interior de São Paulo, primeiro em Santa Rita do Passa
Quatro e depois em Tatuí.
Em
1895, foi nomeado inspetor sanitário e começou a trabalhar em São Paulo.
Foi
um dos bravos e incompreendidos sanitaristas brasileiros do fim do século XIX e
do início do século XX, juntamente com Oswaldo Cruz, Adolfo Lutz, Vital Brasil
e Carlos Chagas, que lutaram para livrar a cidade e os campos das epidemias e
endemias que assolavam o país.
Guiado
pela intuição, Emílio Ribas combateu a febre amarela, exterminando com êxito o
mosquito transmissor da doença nas cidades paulistas de São Caetano,
Pirassununga, Pilar, Jaú e Campinas. Devido a esta atuação, ele foi nomeado
para o cargo de diretor do Serviço Sanitário do Estado de São Paulo, em 1898.
Sua gestão durou quase duas décadas.
Em 1904,
reduziu a febre amarela a apenas dois casos no Estado de São Paulo.
Nos
anos de 1908 e 1909, fez várias viagens de estudos e conferências pela Europa e
pelos EUA. Anteriormente, foi para Cuba acompanhar estudos dos médicos Walter
Reed e Carlos Finley. Quando voltou ao Brasil, defendeu a tese da doença pelo
mosquito e não pelo contágio direto. A partir daí os doentes deixaram de ser
mantidos em isolamento.
Sofreu
forte oposição dos que acreditavam que a doença era transmitida por contágio
entre pessoas e para provar que esta tese era errada, deixou-se picar pelo
inseto contaminado, junto com os colegas Adolfo Lutz e Oscar Moreira. O doutor
Oswaldo Cruz empreendeu a eliminação dos focos de mosquito no Rio de Janeiro, a
partir da contaminação de Emílio Ribas, fato que desencadeou a historicamente
conhecida Revolta da Vacina.
Emílio
Ribas fundou o Instituto Soroterápico do Butantã, construído em uma fazenda nos
arredores de São Paulo, e colaborou para a fundação do Sanatório de Campos do
Jordão para tratamento de tuberculose, além de ter idealizado e construído a
Estrada de Ferro de Campos do Jordão.
Trabalhou
em São Simão, em 1902, para deter a terceira epidemia de febre amarela. Saiu da
cidade somente quando conseguiu com uma equipe de médicos e voluntários acabar
com a grave epidemia, mandando limpar o rio que corta a cidade, e tomando
medidas para melhorar o saneamento básico.
Em
seus últimos anos criou um asilo especializado para hansenianos, próximo a São Paulo, que visitava três vezes
por semana. Em 1922, fez sua última conferência no centro acadêmico da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Em
Campinas, Emílio Ribas foi chefe da comissão sanitária em 1896, permanecendo
até 15 de abril de 1898, data em que foi nomeado diretor-geral de serviço
sanitário.
Ele
já tinha enfrentado a febre amarela na região campineira no final do século
XIX, contando com o apoio do cientista Adolfo Lutz, então diretor do Instituto
Bacteriológico.
Emílio
Ribas morreu em São Paulo, em 19 de fevereiro de 1925, aos 63 anos de idade. Em
sua homenagem, o principal centro de pesquisa infecto-contagiosas e um hospital
a ele ligado, o Instituto de Infectologia foram batizados com seu nome. Também
dá nome a ruas na cidade de São Paulo, Poá, Caraguatatuba e Campinas, à estação
de Estrada de Ferro de Campos do Jordão, ao Centro de Saúde de Pindamonhangaba,
cujo solo guarda os restos mortais do ilustre conterrâneo.
A
Rua Doutor Emílio Ribas esta presente no bairro Cambuí, em Campinas. Ela tem
seu início na Rua Capitão. Francisco de Paula e estende-se até a Avenida José
de Sousa Campos. Nela estão presentes diversos condomínios residenciais e
empreendimentos comerciais.
Fontes:
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