A cidade de Campinas foi surpreendida ontem com ataques aéreos das tropas federalistas de Getúlio Vargas
Morre o escoteiro Aldo Chioratto, de 10 anos de idade.
A cidade de Campinas foi surpreendida com um bombardeio realizado pelas tropas federalistas de Getúlio Vargas, ontem, dia 18 de setembro de 1932. A primeira bomba caiu no teto da Estação Ferroviária, furando o telhado e explodindo em uma das vigas de sustentação, causando apenas problemas materiais. A segunda bomba caiu em frente à Estação, entre o ponto de automóveis, o posto de telégrafo e a sessão de despacho. O garoto Aldo Chioratto, de 10 anos de idade, escoteiro, foi atingindo por 13 estilhaços da bomba no Hall da Estação, após entregar uma correspondência para o comando revolucionário de Campinas. Aldo foi encontrado morto, caído no chão, sangrando e com ferimentos na região estomacal. O corpo do garoto foi levado ao “Marcadinho da Estação”. Ele era filho de Ada Chioratto e João Chioratto, dono de uma tinturaria. A família residia na Rua Doutor Campos Salles, 450. Eles embarcariam em um trem na Estação Ferroviária com destino a cidade de Sumaré, onde visitariam um tio do garoto.
Algumas
pessoas que passaram nas proximidades do local onde ocorreram os bombardeios
ficaram feridas. Algumas foram identificadas e levadas para hospitais da
cidade. Vejam quem foram os identificados: o imigrante italiano Vicente Nome;
João Venturini, José e Oliveira e José Said, que estão internados no Hospital
do Circolo Italiani Uniti; Alfredo de Freitas, internado no Hospital da Beneficência
Portuguesa; Attilio Alves de Britto, Attilio Neves Júnior, o garoto João Polli,
internados no Hospital da Santa Casa; João Gomes e Isolino Monteiro,
funcionário da Mogiana, que foram medicados e não apresentam gravidade. Outra
bomba atingiu as proximidades da Companhia Mac Hardy e derrubou um pilar do
edifício. Já na Rua Visconde do Rio Branco, 164, uma bomba atingiu a residência
de Athayde dos Santos, morador de um prédio naquele endereço. Ele ficou
levemente ferido. Durante
a tarde, o avião da ditadura retornou a Campinas acompanhado de outro “vermelhinho”.
Mais bombas foram lançadas, dessa vez na Vila Industrial. Duas atingiram um
prédio na Rua Salles de Oliveira, 1200, na residência da viúva Maria Ferreira. Uma
bomba atingiu o jardim da frente e não provocou problemas. A segunda caiu na
varanda e atingiu Maria Ferreira e suas filhas Delmira, Albertina, Amelia e Anezia,
além de uma de suas netas, Maria de Lourdes, filha de Belmiro Reis e Maria Reis.
Donato Mamone foi ferido gravemente por um estilhaço nas proximidades da
Estação da Companhia Paulista.
Fontes:
http://vejasp.abril.com.br/materia/oitenta-anos-revolucao-1932/
A viúva Maria Ferreira, filhas e netos devem ter morrido neste ataque tão covarde
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