Hotel Términus
O Hotel Terminus foi
construído no final da década de 1940 pelo engenheiro e ex-prefeito de Campinas
Miguel Vicente Cury. O hotel foi administrado naquela época pela Companhia Paulista de Hotéis S.A, e funcionou até 1984.
Foi uma construção de
estilo art déco, cuja arquitetura chamava a atenção pelos seus cantos
arredondados, acompanhando sua implantação em esquina. Alguns elementos
modernistas, como a marquise em concreto armado, foram utilizados no prédio,
marcando um período de transição entre dois estilos arquitetônicos.
O projeto do hotel levou
em conta o alargamento da Avenida Fanscisco Glicério, prevista no Plano de
Melhoramentos que vigorava na década de 30, em Campinas, para promover mudanças
no espaço urbano. O prédio seguiu em sua construção o traçado projetado pelo
engenheiro Prestes Maia, no plano de desenvolvimento da cidade.
O Hotel Términus era
caracterizado por suas janelas de madeira lustrosa, venezianas que já não são
mais fabricadas, banheiros espaçosos, mas o seu grande charme era o bar e a
doceria Términus. O bar ficava nos fundos da doceria. No final da tarde,
encontravam-se executivos, advogados e estudantes para tomar cerveja e provar
aperitivos de criação exclusiva da casa. As senhoras da sociedade
encontravam-se para tomar chá. Lá também era ponto de paquera, namoro e festas de casamento.
O Hotel Términus foi o
primeiro do interior de São Paulo a ter ar condicionado e o primeiro hotel
“fino” de Campinas. Na década de 50, foi a principal referência da cidade e o
ponto de encontro preferido de casais e profissionais liberais. Grandes figuras
públicas se hospedaram neste hotel quando vinham a Campinas, como o ex-presidente
Washington Luís, o governador Jânio Quadros, Ademar de Barros e artistas como
Glenn ford, Sarita Montiel, Cesar Romero e Oscarito.
O prédio do antigo Hotel
Términus fica na Avenida Francisco Glicério , 1057 e 1091, e hoje é ocupado por
uma unidade da rede de lojas Magazine Luiza.
Restaurante Marreco
O Restaurante Marreco
situava-se na Rua Costa Aguiar, 544, ao lado do Teatro Municipal.
Seu proprietário era
José Nicolau Ludgero Maseli, um vereador que emergiu como uma liderança em
Campinas do movimento getulista. Herdeiro da alfaiataria Casa de Láscio, ficou
famoso por manter, com o próprio dinheiro, um centro de atendimento a
campineiros carentes, A Casa do Pobre, na Avenida Moraes Salles. Esta fundação
promoveu-o como político. Na época de Natal, José Nicolau organizava almoços
especiais, quando fechava o Marreco para que fosse exclusivo à clientela
tradicional e carente.
O Restaurante Marreco era
uma casa movimentada e símbolo de sofisticação, em uma via com estabelecimentos
tradicionais, como Bongo e Regente. Recebeu em suas mesas cantores como Orlando
Silva, Francisco Alves e Ataulfo Alves.
O restaurante era ponto
da alta gastronomia no centro de Campinas. Os garçons usavam paletós brancos. Os
clientes deliciavam-se com o requintado marreco e com iguarias raras, como
testículos de boi, especialidades do mestre cuca Paulo Feliciano Galego.
Aquelas mesas, além de
receberem grandes artistas, tornavam-se tribunas políticas, uma vez que ali
formavam-se chapas, debatiam-se estratégias, articulavam-se campanhas.
Hoje, funciona no antigo
prédio uma loja de roupa masculina.
Fonte:
libdigi.unicamp.br/document/?down=CMUHE015112
ALEXANDRE CAMPANHOLA
Estou amando conhecer a história de lugares incríveis de nossa cidade! Parabéns pela iniciativa!
ResponderExcluirObrigado Eliane, também adoro me dedicar a estas pesquisas e busca de informações que caracterizam a cidade de Campinas em seus diversos aspectos, sejam atuais ou do passado. Fico grato por acompanhar as publicações. Tudo de bom para ti!
ExcluirQue saudades boas .Eu me lembro quando trabalhei na doceria do Terminus.Era maravilhoso.Campinas
ResponderExcluirPrecisa ter um lugar assim.muitas saudades.
Lembro muito bem da batida que eles seriam (ela já era pronta,armazenada em garrafas na geladeira sob o balcão)
ResponderExcluirSe alguém souber a receita publica
Assim tivesse mais pesdoas com essa criatividades. Trazer a todos essa histórias fantásticas. Parabéns.
ResponderExcluirQue saudade do Hotel e Doceria Terminus! Todo domingo,meu pai,Paulo Silva Pinheiro,engenheiro civil e Secretário de Obras nas quatro gestões do Prefeito Rui Novaes,nos levava para tomar o café matinal com direito à doces,bolos,pwtit-fours!Obrigada,Alexandre por me trazer tão linda lembrança!Do Restaurante Marreco,não me lembro! Sou de Junho/1950! Lembro-me bem tbém das Casas Regente e Bongo!
ResponderExcluirParabéns Alexandre Campanhola! Que maravilhosa lembrança você me presenteia...
ResponderExcluirÀs sextas-feiras, saíamos serelepes, após as aulas, e nos dirigíamos para a Confeitaria do Hotel Terminus, onde nos deliciávamos como os salgados e doces saborosíssimos - sendo o meu preferido millefeuille-; lá, também, iniciávamos a conhecer os drinks como Hi-fi, Cuba-libres, Manhattan...
Que delícia de lembranças, Alexandre Campanhola.
Agradeço-lhe, muitíssimo!
Anos 60. Estudava no Colégio Imaculada, na Barão de Itapura e depois no Científico fui para o Colégio Ateneu Paulista.
ResponderExcluirQuantas SAUDADES!
Bom Dia a todos. Eu morei ali na região. Havia a Casa Maia (secos e molhados e eu morava ao lado. Minha mãe era Auxiliar de Enfermagem de um médico. Até completar 21 anos, morei e estudei ali. Primário na Escola Rio Branco, Ginasial no Colégio Pedro II, trabalhei na Casa Ezequiel,Office-Boy dos Advogados Edmundo Barreto,Carlos Foot Guimarães e Sérgio Barreto. Depois fui trabalhar com meu tio, que era sócio na Casa Carlos Gomes. Época de Ouro. Ouro Puríssimo. Amo Campinas. Eterna cidade das Andorinhas. Hoje elas habitam a REPLAN.
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