Bar Ideal
Conhecido como “O reduto
dos antigos boêmios de Campinas”, nas décadas de 50 e 60 do século passado, o
Bar Ideal situava-se em um sobrado na Rua Conceição, na esquina com a Rua Barão
de Jaguara. O imóvel era propriedade da família José Guernelli. Seus filhos tomavam conta deste empreendimento
muito popular no centro da cidade.
Neste bar reunia-se a
juventude campineira composta por estudantes, jornalistas, amadores teatrais
pertencentes aos vários grupos existentes, dentre outros boêmios daquela época.
Havia execução de músicas de orquestra e conhecidos músicos tocavam lá, como
Nicola Pacelli, um exímio acordeonista que era cego e arrancava aplausos dos
frequentadores, quando tocava tangos de sucesso.
Bar Facca
No final dos anos 50
nasceu o Bar Facca. O tradicional bar campineiro surgiu por iniciativa de
quatro velhos amigos, que resolveram pedir as contas do Bar Ideal e abrirem o
próprio estabelecimento. Eles escolheram um imóvel na Rua Conceição, onde
décadas antes funcionou o conhecido Bar Lo Schiavo.
BAR LO SCHIAVO |
O lancheiro Antônio
Facca Filho e o tirador de Chope Roberto Geofrancisco, o Mossoró, juntaram-se
aos balconistas Antônio Gisolfi, o Totta, e Franscisco Pinheiro de Souza, o
Chico, e levaram com eles ao novo boteco, clientes antigos que tinham
encrencado com o dono do Bar Ideal.
Os amigos batizaram o
empreendimento com o sobrenome do lancheiro famoso. O bar foi inaugurado com a
benção do padre Francisco de Assis Almeida em meados dos anos 60. O lugar
tornou-se parada obrigatória para os marmanjos que passeavam pelo centro de
Campinas. Apesar de ser um ambiente modesto, despertava a atenção de quem não se
importava para o luxo e gostava da boêmia, da cerveja, da prosa, das
gargalhadas. Mulher não entrava, criança também não. O clima era despojado, com
muita cerveja e sanduiche de aliche.
Em 1984, o Bar Facca fechou suas portas por conta de uma marcação impalcável da vigilância sanitária, que não aprovava as características do estabelecimento. Nesta época, o lancheiro Facca já havia falecido.
Clube da Saudade
Foi em meados do ano de
1944 que um pequeno grupo de amigos reunia-se para conversar, matar a saudade
de bons tempos e dançar. Estes encontros passaram a concentrar mais e mais
pessoas com o tempo, o que motivou os idealizadores a constituírem um clube
social, no dia 28 de fevereiro de 1948. Surgia, assim, o Clube da Saudade.
A primeira sede do Clube
da Saudade foi nas instalações anexas à Associação dos Alfaiates, na Rua Dr.
Quirino, 702.
O Sr. Trajano Pereira
Guimarães foi o sócio fundador e primeiro Presidente do Clube da Saudade, e em
17 de maio de 1951, ele convocou e presidiu a Assembleia Extraordinária que
oficializou a instalação e deu a personalidade jurídica de clube.
Após ser oficializado
como clube, a sede foi transferida para a Rua Barão de Jaguara, 1357, nas
instalações do primeiro andar, em um prédio em que funcionava o famoso Bilhar
Estrela Dalva, localizado defronte a suntuosa Sede do Jockey Clube.
Os bailes promovidos
pelo Clube da Saudade eram quase minuetos. Os casais apresentavam-se sempre
elegantemente, e na hora da dança os cavalheiros tiravam as suas damas
inclinando-se à frente delas. Durante o baile, as damas eram levadas de forma
suave em movimentos circulares no salão.
As músicas mais
executadas eram a valsa alemã, a polka da Boêmia, os shots escoceses, a masurka
polonesa e nos bailes de gala, sob a marcação do “Mestre-Sala”, os casais
dançavam os chamados “figurados” como Sket, a Polonaise, a Parisiense, os shots
ingleses, espanhóis e gaúchos, a Lusitânia, a polka militar, dentre outros. Os
frequentadores eram exímios dançarinos e a apresentação dos casais encantava os
visitantes.
A dança dos figurados
ganhou destaque e fama resultando em convites ao Grupo da Saudade para realizar
apresentações em Clubes de Campinas e região.
O clube ganhou
expressão, aumentou o seu quadro de associados e diante das novas necessidades,
no ano de 1985, mudou-se para o imóvel da Rua Dr. Betim, 203, no bairro Vila
Marieta, onde permaneceu até o dia 06 de janeiro de 1996, quando foi inaugurada
sua tão sonhada e desejada sede própria na Rua Dr. Betim, 190. A construção foi
concretizada durante a presidência do Sr. João Leite de Souza.
Em reconhecimento a
grande importância na representação musical e da dança de Campinas, o Clube da Saudade ou
Grupo da Saudade, recebeu em 2002 o “Diploma de Honra ao Mérito” concedido pela
Câmara Municipal de Campinas
Fontes:
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/03/metropole/bau_de_historias/250020-facca-como-sempre-elegante-como-nunca.html
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