sábado, 9 de junho de 2018

RUA DR. CÉSAR BIERREMBACH: Quem foi César Bierrembach?


 
João César Bueno Bierrembach nasceu no dia 07 de abril de 1872, em Campinas. Era filho do capitão João Antônio Bierrembach e de Maria Clementina da Silva Bueno. Estudou nos colégios São Luís, de Itu, e Culto à Ciência, de Campinas, e formou-se na Academia de Direito de São Paulo. Sua família foi pioneira no setor industrial da cidade, representando o espírito de progresso campineiro.

 


Foi orador, jornalista, advogado e escritor.



 
Foi um orador muito brilhante, tributo por excelência e lente catedrático do tradicional Colégio Culto à Ciência. Neste colégio, César adquiriu a destreza de falar fluentemente os idiomas francês, italiano, alemão, inglês e espanhol. Ele também foi professor de História da Civilização neste colégio.

 
 
 
 
Foi um dos oradores, em 1906, na inauguração do monumento-túmulo de Carlos Gomes. Sua atuação foi decisiva para que fossem transladados para Campinas os restos mortais do maestro Carlos Gomes.


Da esquerda para direita: Leopoldo Amaral, Rodolfo Bernardelli, Campos Novais e César Bierrembach.

César Bierrembach também foi um dos fundadores, junto com Coelho Neto, e foi o primeiro secretário do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas, em 31 de outubro de 1901. Foram os Bierrembach que doaram o primeiro edifíco-sede do C.C.L.A. À frente desta instituição, ele organizou uma homenagem a Alberto Santos Dummont, em uma ocasião da visita do aviador à Campinas. Em 1908, a C.C.L.A prestou uma justa homenagem ao seu fundador, inaugurando a Biblioteca César Bierrembach, um ano depois de sua morte.

 
Em pé da esquerda para direita: João Nogueira Ferraz, João César Bueno Bierrembach e Souza Brito.
Sentados da esquerda para direita: Henrique de Barcelos, José de Campos Novaes, Àngelo Jachynto Simões e Carlos Edmundo Amálio da Silva
 
Ele escreveu “Manifesto em favor da Independência de Cuba” no ano de 1896, em São Paulo, “Brasílio Machado”, um estudo biográfico e “Produções Literárias”, que foi uma obra póstuma em dois volumes. Ele escrevia seus artigos sob o pseudônimo Sílvio Latino.

 Álvaro Muller usou a expressão “Uma Lira e uma tempestade” para definir o grande orador.

César Bierrembach foi amigo de Rodolfo Bernardelli, um famoso escultor, autor do monumento-túmulo de Carlos Gomes, e que também esculpiu o busto do amigo César, o qual se encontra na praça Bento Quirino.

 
 

César Bierrembach faleceu no dia 02 de julho de 1907, no Rio de Janeiro, aos 34 anos, quando se suicidou. Apaixonado por Hortênsia, filha do Barão de Rio Branco, seu amigo pessoal, César foi rejeitado por ela, que escolheu se casar com o diplomata e industrial belga Léon Hamoir, e frustrado, César se suicidou com um tiro no peito.

 O túmulo de César Bierrembach está na via principal do Cemitério da Saudade.




 
Quando adentrei os limites e resolvi caminhar por seus 235 metros de extensão, descobri na pequena e estreita Rua Dr.César Bierrembach uma história de grandiosidade.



Olhando aqueles instrumentos musicais na Loja Krunner, percebi que havia naquela rua vestígios de uma magnífica cultura e arte, que seria cultivada na cidade de Campinas por aquele que imortalizou com seu nome a rua onde eu caminhava. Bem ao lado, no início da rua, estava o Clube Semanal de Cultura Artística, e no final de minha caminhada, eu sabia que encontraria o primeiro arranha-céu de Campinas, o Edifício Sant´Anna, onde hoje funciona o Hotel Opala.

 
 
 



 
Que me desculpe o ilustre Inácio de Góis por não ter seu nome mais naquela via, mas não haveria homenagem mais justa que a feita ao digníssimo César Bierrembach. Foi o que pensei enquanto andava tranquilamente e observava algumas contruções antigas, alguns comércios interessantes, e o clima de serenidade em uma rua do centro campineiro.



 
A Rua Dr. César Bierrembach era chamada inicialmente de Rua do Góis, porque na esquina das atuais ruas Coronel Rodovalho e César Bierrembach, residiu um casal de portugueses, Inácio de Góis e Izabel de Góis. A influência da família denominou, popularmente  a via como Beco do Góis, em uma época que Campinas era denominada como Vila de São Carlos. Mais tarde passou a se chamar a via, Travessa do Góis, em 1848. Até 1883 a rua foi calçada por pedras.



 
Por iniciativa do comércio de Campinas, foi dirigido ao presidente da Edilidade Campineira, Dr. Antônio Alves da Costa Carvalho, um abaixo-assinado datado de 12 de dezembro de 1907, cuja solicitação pretendia que o nome do notável César Bierrembach fosse imortalizado na Rua do Góis, o qual havia falecido pouco tempo antes.

 
 
 
Em 06 de março de 1908, o prefeito de Campinas Orosimbo Maia sancionou o ato que dava àquela rua a denominação de Rua Dr. César Bierrembach.




 A Rua Dr.César Bierrembach tem seu início na Rua Irmã Serafina e estende-se até a Rua Barão de Jaguara.
 
 
 

Esta rua já abrigou armazéns e entrepostos de produtos importados que vinham de Santos pelos trens, e que os carroceiros transportavam e abasteciam as principais famílias da cidade com azeite, uvas, bacalhau e até louças ingleses. Outro marco desta rua foram os principais pontos de lazer à população dos séculos passados, como os cinemas Coliseu, Cine Recreio e São Carlos.

 


 


Fonte:






 
 
ALEXANDRE CAMPANHOLA
 

Um comentário:

  1. Sua postagem sobre o grande tribuno e professor CÉSAR BIERRENBACH é de grande valor informativo, especialmente para alunos que pesquisam a história de Campinas e de seus grandes personagens. Contudo, em pesquisa que realizei em jornal do Rio de Janeiro, o mesmo informa - na edição do dia posterior ao suicídio de Bierrenbach que fora constatado pelo legista que examinou o cadáver que ele havia se enforcado com a cinta de couro de sua própria mala. Portanto, a morte não ocorreu por "tiro no peito" como consta em seu relato. Obrigado.

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