domingo, 10 de maio de 2015

MINHA HOMENAGEM AO: Dia das Mães



A estátua à Mãe Preta foi inaugurada em 1984 em um esforço do movimento negro e da comunidade religiosa de erigir um símbolo da importância histórica africana. A bela escultura é de autoria do artista plástico paulistano Júlio Guerra (1912-2001), originalmente feita  em 1955 e está localizada no Largo do Paissandu em São Paulo, onde existe a Igreja da Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos. Por ser um monumento em homenagem à contribuição africana, às mães e as minorias, foi encomendada  na década de 70 pelas lideranças do movimento negro, a comunidade religiosa e a Prefeitura Municipal de Campinas, para o conjunto São Benedito. Feita em bronze fundido e patinado, retrata uma mulher negra a nutrir uma criança.





MINHA MÃE
 
(Casimiro José Marques de Abreu - Casimiro de Abreu)
 
 
Da pátria formosa distante e saudoso,
Chorando e gemendo meus cantos de dor,
Eu guardo no peito a imagem querida
Do mais verdadeiro, do mais santo amor:
— Minha Mãe! —
 
 
 
 
 
 
 
Nas horas caladas das noites d’estio
Sentado sozinho co’a face na mão,
Eu choro e soluço por quem me chamava
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe!
 
 
 
 
 
 
No berço, pendente dos ramos floridos,
Em que eu pequenino feliz dormitava:
Quem é que esse berço com todo o cuidado
Cantando cantigas alegre embalava?
— Minha Mãe! —
 
 
 
 
 
 
De noite, alta noite, quando eu já dormia
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— Minha Mãe! —
 
 
 
 
 
 
Feliz o bom filho que pode contente
Na casa paterna de noite e de dia
Sentir as carícias do anjo de amores,
Da estrela brilhante que a vida nos guia!
— Minha Mãe!—
 
 
 
 
 
 
Por isso eu agora na terra do exílio,
Sentando sozinho co’a face na mão,
Suspiro e soluço por quem me chamava:
— “Oh filho querido do meu coração!” —
— Minha Mãe! —
 
 
 
 
 
  A estátua à Mãe Preta está localizada na Praça Annita Garibaldi, no conjunto do Largo São Benedito, em Campinas.
 
 
 
 
ALEXANDRE CAMPANHOLA
 
 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário