sábado, 19 de novembro de 2016

ANOS DOURADOS - Parte 5: Bar Giovannetti, Café Regina e Restaurante Rosário


 
Bar Giovannetti

O Bar Giovannetti foi fundado pelo imigrante italiano Enrico Giovannetti, em 1937. Antes de fundar o bar, Enrico era funcionário de uma fábrica de cerveja chamada Cabeça de Cavalo. Quando seu patrão morreu, Enrico casou-se com a viúva Helena, e junto com a esposa abriu um empreendimento na Rua General Osósio. Como aprendeu algumas técnicas no ramo da cervejaria, Enrico sugeriu ao revendedor que aumentasse o comprimento da serpentina do chope, para gelar mais a bebida. O resultado foi muito positivo e aumentou o número de fregueses no estabelecimento.




O bar de Enrico começou a ganhar popularidade, apesar de, no começo, ser frequentado apenas por homens. A única mulher que aparecia no local era a esposa de Enrico, a qual fazia salgadinhos em casa e levava para vender no bar.
Após o falecimento de Enrico e dona Helena, por opção da família o bar foi vendido para um garçom da casa. Posteriormente, o estabelecimento teve mais cinco proprietários. Em 1981, a marca começou a expandir-se com a abertura de novas unidades.




Ao longo dos anos, o bar Giovannetti foi ponto de encontro de intelectuais, artistas, boêmios e políticos de Campinas.Tornou-se conhecido pela qualidade do chope, pelo capricho no preparo das receitas e pelos tradicionais tira-gostos. Estes receberam nomes curiosos como rolha (croquete), envelope (pastel), milionário (quibe), portuga (bolinho de bacalhau) e Marta Rocha ou penosa (coxinha de galinha).




Sempre inovador, o bar lançou moda como no corte de sanduíches boca de anjo. Tal novidade surgiu nos anos de 1960, e a autoria foi do chapeiro do estabelecimento conhecido como Moleza. Foi uma criação dedicada às mulheres que começavam a frequentar o bar. O mesmo chapeiro também criou o mais famoso sanduíche do bar Giovannetti, o Psicodélico, que era feito com pontas das peças de frios que não eram fatiados, e também tinha em sua receita picles, rosbife, salsichão, muçarela, tomate e azeitona.





O bar Giovannetti da Rua General Osório, próximo ao Largo do Rosário, é a unidade da rede mais antiga e tradicional em Campinas. É impossível não perceber os traços de um bar que resistiu ao tempo e manteve seu charme, observando peças como o armário envidraçado, as cadeiras de madeira ao redor das mesas redondas, os detalhes de ferro na fachada, as peças de presunto e queijo penduradas. Traços típicos dos antigos botequins.

 
 
Café Regina

O Café Regina foi fundado em 1952, na Rua Barão de Jaguara. Apesar do ano oficial de fundação ser 1952, indícios por registros fotográficos atestavam que o estabelecimento originou-se da cafeteria Café Ricardo, fundada em 1932, e que depois passou a se chamar Regina por causa do edifício de mesmo nome. O fundador do Café Ricardo foi Joaquim Corrêa.



 
No dia 20 de setembro de 1984, o Café Regina foi adquirido por Jorge Francisco Vaz, que era proprietário de uma tabacaria no Eden Bar, próxima ao local. Ele era frequentador habitual da cafeteria.
O Café Regina popularizou-se por ter sido ponto de encontro de intelectuais, profissionais liberais, artistas da bola e políticos. Nesta cefeteria estiveram presentes ilustres convidados como os ex-governadores de São Paulo Paulo Maluf e José Serra, os ex-presidentes Juscelino Kubitschek e Luiz Inácio Lula da Silva, o governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckimin, o ator Paulo Autran, o maestro Ray Conniff, o cantor Jerry Adrianni, a atriz Claudia Raia, entre outros.

A cafeteria tem sido aos longo dos anos um dos lugares preferidos para se tratar de assuntos importantes, fechar-se negócios, debater-se política, e manter vivo o hábito de tomar café feito em coador de pano e saborear pão de queijo, bolos, pastéis, etc.
 
Um dos traços peculiares do estabelecimento são as fotos de gente famosas e páginas de jornais do dia, que ficam estampadas nas paredes.

 
 
A Cafeteria ostenta a fama de “Boca maldita”, pois dizem que tudo que se fala lá na hora do cafezinho, vira notícia.
 
 

Restaurante Rosário

O Restaurante Rosário foi fundado em 1948, na Rua General Osório. Quando foi inaugurado, funcionava como um bar. Antes de sua fundação, existiam na localidade uma conhecida livraria chamada João Amêndola, de propriedade do escritor e tradutor João Amêndola, e a farmácia Cruzeiro.


 

Antes de ser fundado na Rua General Osório, o Restaurante Rosário funcionava em um quiosque na Avenida Francisco Glicério, ao lado da Igreja Nossa Senhora do Rosário, e chamava-se Abrigo.
Nas décadas seguintes, o restaurante passou a contar, além do espaço dedicado ao restaurante, com uma pizzaria e um bar. Passou logo a ser um dos restaurantes mais frequentados pela elite campineira.
 



 
O Restaurante Rosário especializou-se por oferecer ao longo do tempo uma cardárpio variado, composto por carnes, aves, peixes e pratos com camarão, e cartas de vinho catalogadas, sempre combinados com qualidade no atendimento. Seus garçons usavam gravatas borboletas de cor preta e os comuins, ajudantes de garçons, gravata branca. Todos usavam calça preta, smoking branco, sapato preto e camisa branca de piquet, com uma faixa preta na cintura.



 
Nos dias atuais,o  estabelecimento mantém sua elegência característica, como as toalhas brancas alinhadas nas mesas, por exemplo. Já recebeu visitas de personalidades importantes e conhecidas no cenário nacional, como o ator Stênio Garcia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.
 


Fonte:












 
ALEXANDRE CAMPANHOLA
 

5 comentários:

  1. Alexandre parabéns pelo seu maravilhoso trabalho, isto sim enriquece a cultura

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  2. Parabéns pelo conjunto. Pontos e locais tradicionais que foram, são e serão referência na maravilhosa Campinas.

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  3. Muito bom ,nascer e morar, numa cidade tāo histórica com a Nossa querida CAMPINAS/SP...fantástico....

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  4. Acompanhei Boa parte do crescimento de minha adorada cidade na década de 80 O giovanetti foi adquirido pelo pessoal de rede Grau que São proprietários do Pinguim de Ribeirão Preto tb.

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