domingo, 6 de outubro de 2013

A COMPANHIA MOGIANA DE ESTRADAS DE FERRO - Parte 1


A partir de hoje, publicarei uma série de cinco textos que narraram a história da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro no território campineiro. Não se trata de um trabalho acadêmico e com profunda pesquisa, mas uma elaboração dedicada a resgatar as principais etapas da ascensão desta empresa ferroviária, sua importância para a economia da época e para o crescimento da cidade de Campinas. Ressalto que todas as informações contidas neste trabalho foram obtidas de diversos textos presentes na Internet, sempre averiguados minuciosamente para que a verdade dos fatos seja evidente nesta narração.
Espero com este trabalho, coloborar para apresentar àqueles que se interessam pela história campineira os principais acontecimentos que marcaram a existência desta companhia.



A PRODUÇÃO CAFEEIRA EM CAMPINAS

 
 
 
No solo fecundo constituído de terra roxa, na Campinas de 1872, o café exerce sua soberania como principal alicerce da economia do município, sendo no país, o ouro negro tão apreciado.
Campinas é o município mais rico e fecundo da província de São Paulo. Sua maior riqueza, o café, floresceu no município de Jundiaí, no século XVIII, quando Campinas fazia parte deste município, e foi cultivado pelo sargento-mor Raymundo Álvares dos Santos Prado no quintal de sua casa. Acredita-se que a maior parte das sementes e mudas que constituem os cafezeiros de Campinas, foram provenientes da plantação deste sargento-mor.
 
 
Antônio Francisco de Andrade foi o primeiro, em sua chácara, a fazer uma pequena plantação de cafezeiros em 1807 ou 1809. Ele residia na Rua do Rosário, atual Avenida Francisco Glicério, esquina da Barreto Leme. Era em frente a sua casa que o café era estendido durante sua concepção para depois ser socado em pilões.
 
A ideia de uma atividade comercial do café teve início por influência de Francisco de Paula Camargo que, durante uma visita ao Rio de Janeiro, por ocasião dos festejos realizados por causa do casamento de Dom Pedro, que mais tarde se tornaria imperador do Brasil, viu o vantajoso comércio do café, e de volta à Campinas, resolveu plantar para vender o produto. Contudo, ele fracassou por desconhecer a técnica de cultivo do café.
 
 
 
 
Foi nas mãos de Francisco Egydio de Souza Aranha, pai de Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura, com seu instinto empreendedor, que o café obteve o êxito esperado no cultivo e na comercialização.
 
 
 
 
Imagem: Francisco Egydio de Souza Aranha
 
 
 
 
 
 
 
 

 
Após este êxito, a cultura do café expandiu-se em Campinas nas mãos de homens como o patriota cirurgião-mor Álvares Machado, que cultivou o café em suas instâncias, José de Souza Campos e Bernardo José de Sampaio, em 1835 aproximadamente, os quais tiraram excelentes resultados com o produto, estimulando outros produtores a abandonar a cultura de cana-de-açúcar, e dedicarem-se ao produto que possibilitou o florescimento do município campineiro.
 
 
Imagem: Francisco Álvares Machado
 
 
 
 
 
 
 
A sociedade campineira de 1872 é formada por elementos concentrados no centro rural, onde atuam nas fazendas de café e na crescente área urbana, muitos trabalhando nas indústrias que chegam à cidade. Campinas conta com mais de 13 mil habitantes.  As famílias aristocráticas constituem a classe de maior status, apresentando em seu padrão de vida elevado a condição de desfrutar de uma educação e cultura de primeiro nível. Esta classe frequenta colégios como o Culto à Ciência, leem livros de consagrados autores estrangeiros, frequentam importantes Teatros como o São Carlos, onde Carlos Gomes se apresenta, além de estarem presentes em inúmeras sociedades recreativas e culturais.
 


 
 
 
 
Imagem: Teatro São Carlos
 
 
 
 
Fazendas como a Santa Genebra e indústrias como a Lidgerwood Manufacturing representam o crescimento econômico campineiro e importantes barões do café destacam-se na cidade neste ano de 1872 como Joaquim Policarpo Aranha, o Barão de Itapura, proprietário da Fazenda Chapadão, seu irmão Manuel Carlos Aranha, o Barão de Anhumas, proprietário da Fazenda Anhumas, o Barão Geraldo de Rezende, proprietário da Fazenda Santa Genebra, Joaquim Antônio de Arruda, o Barão de Atibaia, João de Ataliba Nogueira, o Barão de Ataliba Nogueira, Antônio Pinheiro de Ulhoa, o Barão de Jaguara, Antônio de Queirós Teles, entre outros.
 
 
 
 
 



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imagens:  Geraldo Ribeiro de Souza de Rezende (Barão Geraldo), a esquerda, e João Ataliba Nogueira (Barão de Ataliba Nogueira), a direita.
 
 
 
 

Outras personalides de destaque na política, no comércio e nas atividades intelectuais nesta sociedade campineira são: Joaquim Quirino dos Santos, Bento Quirino dos Santos, Francisco Quirino dos Santos, Antônio de Moraes Salles, Francisco Glicério de Cerqueira Leite, Américo Brasiliense, Jorge Miranda, José Paulino Nogueira, entre outros.
 

 
 
 
 
Imagem: Francisco Quirino dos Santos
 
 
 
 
 
Na proxima publicação:
A decisão de fundar a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro
A construção dos primeiros trechos da ferrovia
 
 
 FONTES:
 


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