Orestes Quércia nasceu em Pedregulho, no dia 18 de agosto
de 1938. Era filho do empresário Octávio Quércia e de Isaura Roque Quércia.
Estudou no Ginásio Estadual de Pedregulho e no Ginásio
Estadual Torquato Celeiro, em Franca. Ainda jovem mudou-se com a família para
Campinas, e estudou na Escola Normal Livre, onde foi vice-presidente do grêmio
da escola, dando seus primeiros passos políticos. Em seguida, formou-se em
jornalismo e Direito. Na Pontifícia Universidade Católica de Campinas também obteve a formação como Administrador de Empresas.
Em Campinas, trabalhou como repórter do
jornal Diário do Povo, e quando cursava jornalismo na PUC, foi diretor do
Centro Acadêmico 16 de Abril. Fundou a Universidade de Cultura Popular, ligada
a PUC.
Entre os anos de 1959 e 1963, foi locutor da Rádio
Cultura e da Rádio Brasil. Também trabalhou no jornal de Campinas e na sucursal
Última Hora. Foi presidente da Associação Campinense de Imprensa e assistente
de produção do Departamento de Estradas de Rodagem.
Iniciou sua carreira política em Campinas, como vereador
e depois assumindo a prefeitura. Seu primeiro partido foi o Partido Libertador,
através do qual foi eleito vereador em 1962. Foi eleito deputado estadual pelo
MDB, partido no qual, em 1972, dedicou-se a organização de diretórios no
interior paulista, disputando pelo mesmo a candidatura para concorrer à eleição
ao Senado Federal em 1974, e saiu vencedor. Sua carreira política foi
alavancada com a eleição ao Senado, quando obteve expressiva quantidade de
votos. Na tribuna, foi crítico da política econômica do governo Ernesto Geisel.
Em 1980, com o retorno do pluripartidarismo, ingressou no
PMDB, e declarou-se candidato à sucessão do governo de Paulo Maluf já no ano de
1981, mas através de um acordo tornou-se candidato a vice-governador, na chapa
de Franco Montoro, em 1982. Foi adepto das Diretas Já e da campanha vitoriosa
de Tancredo Neves à Presidência da República em 1985. Naquele ano, Orestes
Quércia casou-se com Alaíde Cristina Barbosa Ulson.
Foi eleito Governador do Estado de São Paulo em 1987,
após se tornar um nome de peso dentro do partido político ao qual pertencia. Em
seu governo, dentre suas realzações destacaram-se a privatização da VASP, em
1990. A criação da Secretaria do Menor, uma atitude pioneira e anterior a
promulgação do Estatuto da Criança e do Adolescente. A realização de investimentos da duplicação de rodovias como
Anhanguera e D.Pedro I e ampliação das linhas leste-oeste do metrô, inaugurando
as estações Barra Funda, Vila-Matilde e Corinthians-Itaquera. A invenção do
Rádio Patrulhamento Padrão, destinado à segurança pública, e que aproximava a
polícia da comunidade. O desenvolvimento de ações para o fortalecimento do
interior, como a regionalização da produção.
Foi um dos fundadores do PMBD e presidiu-o de 24 de março de 1991 a 26 de abril de 1993. Foi presidente do diretório do partido em São Paulo, de 2001 a 2003 e de 2006 a 2009. Após deixar o governo do Estado de São Paulo, não conseguiu se eleger em nenhuma eleição.
Orestes Quércia tornou-se prefeito de Campinas em 1968.
Em sua gestão desenvolveu trabalhos através do planejamento coordenado com a
Universidade Estadual de Campinas. Foi autor do projeto de avenidas expressas,
pavimentou ruas e avenidas, aperfeiçoou o saneamento com a construção da
terceira estação de tratamento de água e a elaboração do plano diretor de
esgotos. Urbanizou o parque Taquaral, na época o maior centro turístico da
estado. Construiu o palácio dos Esportes e instalou praças de esportes nos bairros
mais populosos. Criou ainda novas núcleos de habitação popular e a Empresa Municipal de Desenvolvimento de
Campinas.
Em 1972, apoiou a candidatura de Lauro Péricles Gonçalves à sua sucessão na
prefeitura, que foi vitoriosa. Em 1977, surgiram notícias de ocorrência de casos de corrupção, durante seu mandato como prefeito, mas tais afirmações não foram comprovadas.
Orestes Quércia faleceu na véspera do Natal de 2010, aos
72 anos, vítima de um câncer de próstata.
Fontes:
ALEXANDRE CAMPANHOLA
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