Dá para imaginar que Campinas já teve até uma fábrica de lápis?
No dia 29 de janeiro de 1924, foi fundada em Campinas a Indústria Nacional de Lápis A. O. Maia & Cia, na Rua Major Sólon, bairro Cambuí. O prédio da fábrica foi um projeto do engenheiro Hoche Neger Segurado.
A fábrica surgiu através de uma sociedade entre dois grandes empreendedores de Campinas, Adalberto Maia e Joaquim Gabriel Penteado, o Joá Penteado, que passou a investir na fábrica a partir de 1926.
Antes de fundar a fábrica, Adalberto Maia trabalhou na Casa Genoud, que ficava na esquina da Rua César Bierrenbach com a Rua Barão de Jaguara. Neste estabelecimento, a maioria dos itens vendidos eram importados, e foi então que Adalberto e outros campineiros tiveram a ideia de produzir lápis no Brasil.
Adalberto Maia teve a ajuda de Lafayette Arruda Camargo, Antão de Souza Moraes, Paulo Decourt, Antão de Paula Souza, João Francisco de Almeida, Maria Eugênia de Oliveira Freitas, Rogério de Freitas, João Keating e Gustavo Roberto Sobrinho para constituir a empresa.
Até a esposa de Adalberto, dona Albertina, contribuiu, vendendo salgadinho para no ajudar no orçamento da família naquela época difícil, quando o marido viajou para a Europa em busca de equipamentos.
Após ser equipada com maquinário trazido da Alemanha, as atividades da fábrica passaram a acontecer regulamente dois anos depois, em 1926.
No início, a empresa fabricava com a marca John Faber e havia uma sociedade com Luiz Faber. Mais tarde, quando o conde Roland Von Faber-Castell assumiu o negócio, após aquisições e fusões, usou-se a denominação Faber-Castell.
Os primeiros lápis brasileiros saíram das oficinas da fábrica entre o final de 1924 e o início de 1925. O nome dado aos primeiros lápis brasileiros foram vários: Uranus, Genoud, Escriptório, Pharol, Ypiranga.
A Indústria Nacional de Lápis A. O. Maia & Cia contava com cerca de 150 funcionários e ocupava uma área de 7 mil metros quadrados. Havia pavilhões onde estavam instaladas as seções de fabricação dos produtos, desde o preparo do grafite e da madeira, até o envernizamento, marcação e acondicionamento.
A fábrica produzia uma grande variedade de lápis de todas as qualidades e aplicações. Além de lápis, eram produzias canetas de todos os modelos e lapiseiras elegantes. Também produzia seus itens de forma personalizada para presentes e como artigos de propaganda.
Sua produção atendia o Estado de São Paulo, e os estados do norte e do sul do país. A fábrica apresentava uma rápida expansão naquela década contribuindo para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Em 1930, a fábrica de lápis campineira associou-se a uma das principais fábricas de lápis do mundo, a J.S Staedtler.
Com o tempo, Adalberto Maia e outros sócios deixaram o negócio. Adalberto voltou a Casa Genoud e atuou em outros ramos. Ele faleceu no dia 26 de setembro de 1947.
A Indústria Nacional de Lápis A. O. Maia & Cia ainda teve seu nome alterado para L.Faber & Cia Ltda, antes de ser incorporada a Johann & Faber, a qual havia se fundido com uma fábrica que surgiu na mesma época da fábrica de Campinas, com a denominação H. Fehr, sendo propriedade do suíço Germano Fehr, e que ficava na cidade de São Carlos.
Em 1947, no local onde funcionava a fábrica de lápis campineira foi instalada a Dako, fundada por Joá Penteado no dia 16 de novembro de 1935.
✍️ ALEXANDRE CAMPANHOLA
Campinas, meu amor
Fonte:
🔍📸 Pesquisa de Jane Durlin
🔍 http://www.emdec.com.br/.../portalemdec/pt-br/site.php...
🔍 📸 Blog Pró-Memória de Campinas
📸 Jornal Hora Campinas
🔍 Página Campinas de Outrora
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